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Capital

"Perdi meu filho para as drogas", diz mãe de motociclista morto em queda

Alan Diógenes | 22/12/2014 17:48
Palavras da mãe marcou o velório de Anderson, que era usuário de drogas. (Foto: Pedro Peralta)
Palavras da mãe marcou o velório de Anderson, que era usuário de drogas. (Foto: Pedro Peralta)

Tristeza e comoção foi o que tomou conta, na tarde desta segunda-feira (22), de uma família que nunca deixou de tentar tirar o filho, irmão, primo e amigo das drogas. Anderson Pereira de Souza, 43 anos, morreu ontem de madrugada, quando teve um mal súbito e caiu de sua motocicleta no cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com a Rua Maracaju, no Centro da Capital.

As palavras da mãe que a todo momento dizia “Eu perdi meu filho para as drogas” no velório, que aconteceu em uma capela no Cemitério Jardim das Palmeiras, chamam a atenção para o que o uso de entorpecentes causa em uma família. Solteiro e sem filhos, ele começou a dependência de drogas ainda garoto. Familiares e amigos tentaram por diversas vezes interná-lo, mas não houve tempo para sua recuperação.

A irmã Andreia Pereira de Souza, 42 anos, conta que o irmão apresentava sintomas de depressão nos últimos dias. “No final do ano todo mundo faz planos, a gente está super feliz porque iríamos passar o Natal na casa do nossos pais em Angélica, mas nem assim ele se animou. Estava muito deprimido”, explicou.

Anderson estava sem documentos na hora do acidente, e a família só ficou sabendo do ocorrido hoje pela manhã. Com o sumiço do motociclista, os familiares procuraram o IML (Instituto Médico Legal). “Foi difícil localizá-lo por que ele estava sem documentação. A família ficou desesperada”, comentou a amiga da família Ritva Vieira.

A família de classe média mostra que o vício em drogas não escolhe classe social, idade ou raça. A autônoma Tânia Camargo, de 49 anos, disse que apesar do problema com as drogas, Anderson era uma pessoa leal, prestativa e estava sempre rodeado de amigos.

“Ele era muito generoso, sempre ajuda a todos. Apesar de tudo, ele sempre estava feliz. Só por esses dias que ele estava deprimido se afastou de todos. Perdi um grande amigo”, contou Tânia.

Anderson morava com os pais, por que por conta do vício não havia casado ou tinha filhos. O abraço que a mãe deu no pai cadeirante, após o sepultamento, comoveu a todos, que caíram no choro.

O corpo de Anderson foi enterrado no mesmo local do velório, no Cemitério Jardim das Palmeiras.

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