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Capital

"Pra quem foi o remédio?", questiona filha de paciente durante oitiva da CPI

Evelyn Souza e Mariana Lopes | 31/07/2013 16:03
Professora foi a primeira a ser ouvida. (Foto: Cleber Gellio)
Professora foi a primeira a ser ouvida. (Foto: Cleber Gellio)

“Pra quem foi o remédio? Ou melhor, para onde foi o dinheiro?”. O questionamento é da professora Ivone Oliveira, de 50 anos, primeira familiar ouvida durante a CPI da Saúde, que começou por volta das 15h de hoje, na Câmara Municipal de Campo Grande.

Ao todo, oito familiares de pacientes devem prestar depoimento na Casa de Leis nesta quarta-feira (30).

Durante oitiva, Ivone contou que o perdeu o pai no início desse ano. Ele sofria de câncer de peritônio e fazia tratamento no setor de oncologia da Santa Casa da Capital.

“Recebi uma carta do SUS perguntando como estava indo o tratamento. O documento informava o valor que estava sendo desembolsado com o meu pai. Só que o valor não correspondia ao tratamento que estava sendo oferecido para ele”, conta a professora.

Depois disso, Ivone relatou que procurou o Ministério Público e através de investigações, descobriu que a Santa Casa pediu ao SUS um medicamento importado, considerado de primeira linha, que o pai dela nunca havia utilizado.

“O que mais me dói é saber que esse dinheiro poderia ter sido investido em infraestrutura, mas foi roubado. Cansei de chegar cedo com o meu pai na Santa Casa, ele ficava nos corredores, sem nenhum conforto, só era atendido à noite. Espero que os que estão envolvidos nessa CPI façam o que é certo”, disse a filha emocionada.

Segundo a professora, foi o doutor Artur da Silva Neto quem diagnosticou a doença e iniciou o tratamento. Ela também acusa o médico Alicardo Fugueira, de dar continuidade ao tratamento oferecendo remédios de câncer de mama para o pai dela.

O presidente da comissão, vereador Flávio César, lembrou que essa é a 12ª oitiva e que foram mais de 60 dias para esclarecer os escândalos da máfia que envolve o setor de oncologia do município. “Hoje vamos ouvir as pessoas que fazem parte desse processo, acompanharam tudo o que acontecia dentro dos hospitais”.

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