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Capital

"Prisão tinha que ser perpétua" e "nada apaga a dor", dizem pais sobre penas

Evelyn Souza | 08/08/2013 12:06
"Prisão tinha que ser perpétua" e "nada apaga a dor", dizem pais sobre penas
Pais de estudantes esperam que pena da quadrilha aumente com o próximo julgamento. (Foto: arquivo)
Pais de estudantes esperam que pena da quadrilha aumente com o próximo julgamento. (Foto: arquivo)

“Nós sempre acreditamos que a Justiça seria feita. As pessoas me param e dizem que imaginam o quanto eu devo ter sofrido, mas a verdade elas não sabem o quanto eu ainda sofro”. O depoimento é de Rubens Silvestrini de Araújo, sobre a condenação da quadrilha acusada de matar o filho, Breno Luigi Silvestrini de Araújo, 18 anos e o estudante, Leonardo Fernandes, 19 anos.

O assassinato aconteceu no dia 20 de agosto do ano passado e a condenação saiu nesta quarta-feira (7), quase um ano depois. Os acusados foram condenados pela Justiça a 209 anos de prisão.

Hoje pela manhã, o pai de Breno foi até o fórum retirar uma cópia da sentença. Disse que apesar das limitações da justiça, já esperava que os acusados fossem condenados e que a criação do movimento Mães da Fronteira foi fundamental.

“Acho que tudo isso, o recolhimento das assinaturas só favoreceu. Agradeço muito a juíza e a promotoria que realmente fizeram o que deveria ser feito. Mas eu ainda espero que essa pena aumente, porque eles ainda vão passar por um segundo julgamento e dessa vez, não serão mais réus primários” diz em relação a morte do piloto da TAM, Marco Antônio Leão Ramos, 40 anos, assassinado pela mesma quadrilha no dia 1º de agosto, em Anastácio.

Já Paulo Roberto Fernandes, pai de Leonardo Fernandes, disse que nada apagará a dor e o sofrimento da família e que pena mesmo, seria perpétua.

“O que adianta dar 42 anos de prisão se no Brasil o bandido só cumpre 1/3 da pena? Vamos ver se com esse próximo julgamento, eles fiquem pelo menos esses 30 anos”, desabafa o pai.

Em relação a data do dia dos pais, Paulo disse que será mais um dia difícil e que vai passar ao lado da esposa e do outro filho, de 13 anos. “ É uma dor que não tem remédio que cure. A gente fica muito emocionado, ano passado ele fez um vídeo pra mim, que ta na internet. A gente sente muita falta”, relata.

Condenação: Ao todo, seis pessoas foram acusadas pelo crime: Rafael da Costa da Silva, de 18 anos, foi condenado a 42 anos e 4 meses de prisão; Raul de Andrade Pinto , 22 anos, teve pena estabelecida de 35 anos e 4 meses; Weverson Gonçalves Feitosa, 22, foi condenado a 36 anos e quatro meses, três anos a mais que Dayani Aguirre Clarindo, de 24 anos. Já Edson Natalício de Oliveira Gomes teve a menor pena, de 29 anos e 8 meses de prisão. Por último, Jonilton Jackson Leite de Almeida foi condenado a 32 anos e 10 meses de prisão.

Crime: O crime aconteceu no dia 20 de agosto do ano passado, quando os estudantes saiam do bar Fly, próximo a Rua Ceará. Segundo o inquérito policial, Rafael e Weverson abordaram as vítimas no momento em que Leonardo, que estava junto com Breno, acionou o alarme da caminhonete Pajero.

Weverson assumiu a direção do veículo. Leonardo foi para o banco do passageiro, enquanto que Breno foi para o banco de trás junto com Rafael. De lá, seguiram para as saídas de Aquidauana e Rochedo, na região do Indubrasil.

Eles estavam sendo seguidos por um Fiat Uno, onde estavam Dayane e o irmão de Rafael, um adolescente de 17 anos. Durante o trajeto, segundo a delegada, Breno foi violentamente espancado por Rafael.

Na entrada de uma galeria de água pluvial, os estudantes tornaram a ser espancados pela dupla. As vítimas chegaram a implorar para não morrerem.

Os dois foram colocados de joelhos. O primeiro a ser morto foi Breno com um tiro na cabeça. Leonardo ao ver que o amigo havia sido baleado, se mexeu e o tiro acabou acertando sua cabeça de lado. Todos os disparos foram feitos por Rafael. Os estudantes foram mortos cerca de 30 minutos após serem abordados.

Após o assassinato, Weverson, Rafael e Dayane seguiram rumo a Corumbá na Pajero. Já o adolescente deixou o local dirigindo o Fiat Uno e foi para a casa de Raul, no bairro Guanandi.

Próximo da entrada de Corumbá, o trio se deparou com uma barreira policial e abandonou o veículo. Os três se esconderam em um matagal na região.

Prisões: Dayane foi a primeira ser presa, em Corumbá. Ela entregou a Polícia os outros envolvidos no crime. Rafael foi capturado ainda na mata e Weverson na casa do pai dele, em Aquidauana. Raul foi preso na casa dele, onde a adolescente também estava.

Durante as investigações, a Polícia utilizou um helicóptero do Exército Brasileiro nas buscas à arma utilizada no crime, um revólver calibre 38. A aeronave sobrevoou a área onde os bandidos se esconderam.

Todos os envolvidos foram presos em flagrante, em menos de 24 horas após o crime.

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