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Capital

A espera de projeto, lojistas preferem arcar com reformas em prédios

Alan Diógenes | 05/06/2015 09:58
Comerciantes gastam com reforma e pintura para manter características originais de prédio. (Foto: Fernando Antunes)
Comerciantes gastam com reforma e pintura para manter características originais de prédio. (Foto: Fernando Antunes)
Proprietário de ótica na 14 de Julho seguiu regras da prefeitura para reformar prédio. (Foto: Fernando Antunes)
Proprietário de ótica na 14 de Julho seguiu regras da prefeitura para reformar prédio. (Foto: Fernando Antunes)

Cansados de esperar pelas obras do programa Viva Campo Grande 2, também conhecido com Reviva Centro, os comerciantes da área central decidiram reformar e mudar o visual de suas lojas por conta própria, mas mantendo as características dos prédios considerados históricos. A previsão da prefeitura é de que o projeto comece a ser desenvolvido no próximo semestre, mas há anos é esperada tal transformação.

Apesar de acreditar que o projeto irá trazer melhorias e maior desenvolvimento para o comércio, o empresário Roberto Nakasse, 45 anos, dono de uma ótica na 14 de Julho, assume que gastou para reformar o prédio. “Tivemos fazer um letreiro por medida certa, conforme regras da prefeitura e gastamos com a pintura que teve que seguir os detalhes originais do prédio”, explicou.

Uma loja de perfumes da rede Boticário, também na 14 de Julho, também passou por obras para manter a estrutura original. “A própria empresa segue um padrão pelo País, que se encaixa no projeto Cidade Limpa feito pela prefeitura. Todas as lojas da rede foram reformadas da mesma forma”, mencionou a gerente Bruna Corrêa, 25.

O projeto Reviva Centro, também conhecido como Cidade Limpa, foi implantada em 2011, pelo ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), e tinha como objetivo principal despoluição visual das fachadas comerciais. A fiscalização é feita pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Quem não cumprir as regras estará sujeito a notificação por escrito, multa, cancelamento da licença ou autorização do anúncio e remoção do anúncio. As multas são iguais e superiores a R$ 5.000. Ele será reaplicada a cada 15 dias enquanto o comércio não regularizar a situação.

Marta Eliane, 36, proprietária de uma loja de roupas infantis, na 14 de Julho com a Cândido Mariano, lembra que na época teve que arcar com as mudanças no estabelecimento. “Não tive ajuda de nenhum órgão. A prefeitura só arrancou os letreiros e deram prazo para que regularizarmos a situação, se não seríamos multado. Hoje para fazer qualquer alteração ou reforma, precisamos de autorização e pagar uma taxa, ou seja, só a gente que gasta. Tirar a a fiação que deixa o centro feio eles não tiraram”, destacou.

Sem esperanças de que realmente o projeto vai entrar em vigor, Marta desistiu acompanhar as reuniões com a prefeitura sobre o projeto. “Nós pequenos comerciantes não mandamos em nada. Eles não nos escutam e acabam fazendo o que bem querem. Agora na hora de vir cobrar da gente eles vem. Por exemplo, não podemos mexer em uma pedra que está caindo, porque o prédio é patrimônio histórico, mas para revitalizar a pedra ninguém me ajuda”, destacou.

Os proprietários de uma loja localizada na Avenida Calógeras, entre a Cândido Mariano e Maracaju, também tiveram que arcar para revitalizar o prédio. “Quando o imóvel foi comprado já tinha sido tombado. Teve que ser feita a revitalização, reforma por dentro e mantiveram as características originais. Esse projeto Reviva Centro está demorando para acontecer”, finalizou a gerente do estabelecimento Rosângela Boeira Lopes.

As intervenções do projeto serão financiadas pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que já disponibilizou R$ 130,1 milhões (U$ 56 milhões). O primeiro trecho, que foi prometido para início no segundo semestre de 2015, contemplará a 14 de Julho, entre a Rua 7 de setembro e Avenida Mato Grosso. Dentre os principais pontos do projeto, há a redução no tráfego de veículos para duas faixas e a retirada da circulação de ônibus pela via, além do retorno de relógio histórico na 14 com Afonso Pena.

A última reunião para discutir o projeto aconteceu no dia 26 do mês passado na na ACICG (Associação Comercial e Industrial de CG), com representantes da prefeitura, comerciantes e a população em geral da área central. A reunião foi para discutir como esta o processo, pois de acordo com parte da administração municipal, a fase de licitação está em finalização para contratação de empresa que farão as intervenções e obras de infra-estrutura a cargo da prefeitura.

Para alterar estrutura ou fazer reformas, lojistas precisam tirar do próprio bolso para pagar taxa à prefeitura. (Foto: Fernando Antunes)
Para alterar estrutura ou fazer reformas, lojistas precisam tirar do próprio bolso para pagar taxa à prefeitura. (Foto: Fernando Antunes)
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