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Capital

Abatedouro clandestino vendia carne para restaurantes de Campo Grande

Francisco Júnior e Mariana Lopes | 12/07/2012 10:21
Carne era armazenada sem higiene. (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Carne era armazenada sem higiene. (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Instrumentos utilizados para o abate.
Instrumentos utilizados para o abate.

O abatedouro clandestino fechado na manhã de hoje, em uma propriedade na Chácara da Mansões, na saída para São Paulo, vendia carne de porco para sete restaurantes de Campo Grande, segundo notas fiscais encontradas no local.

O flagrante foi feito por policiais civis da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Relação de Consumo), fiscais do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Iagro (Departamento Inspeção e Defesa Agropecuária).

O dono do local, Edevaldo Veloso da Silva, 59 anos, foi preso em flagrante autuado por crime contra a saúde pública, crime ambiental, sonegação fiscal e maus-tratos a animais. Três funcionários do abatedouro, que estavam trabalhando no momento do flagrante, serão ouvidos pela Polícia.

Urubus próximo ao local onde os restos do animais mortos foram jogados.
Urubus próximo ao local onde os restos do animais mortos foram jogados.
Peças de carne prontas para serem comercializadas.
Peças de carne prontas para serem comercializadas.

Foram encontrados no local, 14 animais vivos e 20 abatidos em uma câmara fria prontos para a comercialização. Segundo o perito Sávio Ribas ficou caracterizado que o local abatia os animais para a venda da carne. Segundo ele, não havia criação de suínos, o proprietário comprava os animais e abatia no local.

O perito ressalta que o abate na chácara era feito de forma rústica, sem a mínima higienização possível, e ocorria já há algum tempo.

Uma cena chamou a atenção dos fiscais e policiais envolvidos na ação. Os restos dos animais eram jogados em terreno a céu aberto, juntando uma grande quantidade de urubu. Para a eliminação dos excrementos dos suínos, o proprietário construiu uma lagoa para decantação.

Para abater os animais eram utilizadas ferramentas proibidas: marreta e cachimbo (instrumento preso na garganta do porco para ele sentir dor e ficar imobilizado), situação que caracteriza maus-tratos. Os objetos estavam sujos e enferrujados, segundo o fiscal federal agropecuário do Mapa, Luiz Felipe Saldanha Ungerer.

Ele informa que o proprietário foi multado em R$ 15 mil pelo abate e pelas condições de “higiene que não existem”.

Conforme a chefe de inspeção de alimentos da Iagro, Lilian Oliveira Borges Alcântara, uma situação preocupante foi constatada no local. As vísceras dos animais mortos foram encontradas inteiras, situação que indica que os suínos não foram submetidos a qualquer teste para saber se estavam com algum tipo de doença. Segundo ela, nos frigoríficos legalizados as vísceras são abertas para verificação.

Fiscais da Iagro irão destruir o local onde acontecia o abate, depois da perícia que será realizada como parte das investigações. Após a perícia, fiscais da Iagro irão destruir o abatedouro.

Concluído, o laudo pericial e de constatação de irregularidades feito no local serão anexados ao inquérito policial.

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