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Capital

Ação de servidores dá exemplo, mas vizinhança vira depósito de lixo

Flávia Lima | 01/02/2016 15:07
Em rua atrás do Parque dos Poderes, descarte de lixo e móveis chama a atenção. (Foto:Fernando Antunes)
Em rua atrás do Parque dos Poderes, descarte de lixo e móveis chama a atenção. (Foto:Fernando Antunes)
Grupo de servidores coleta material que pode servir de criadouro do Aedes aegypti. (Foto:Fernando Antunes)
Grupo de servidores coleta material que pode servir de criadouro do Aedes aegypti. (Foto:Fernando Antunes)

O resultado das ações de combate à dengue, iniciadas em meados de setembro do ano passado, já são visíveis no Parque dos Poderes, área considerada um dos principais cartões postais de Campo Grande, que abriga a sede do governo de Mato Grosso Sul e os prédios onde funcionam as 14 secretarias, além de órgãos federais e estaduais. Nas imediações dali, por outro lado, há ruas servindo de depósito de entulhos e lixo.

Diante da proliferação do mosquito, que já indicava uma epidemia em 2015, os gestores das pastas iniciaram campanhas isoladas com o objetivo de mobilizar os cerca de quatro mil funcionários que atuam no Parque.

Segundo o coordenador estadual de Controle de Vetores, Mauro Lucio Rosa, hoje as ações atingem todos os órgãos e pastas que funcionam no Parque dos Poderes. Desde o início do ano, vêm sendo montados grupos setoriais que, diariamente, fazem uma inspeção na área ao redor de cada secretaria, recolhendo latas, copos plásticos e todo tipo de utensílio que possa armazenar água.

“Toda essa mobilização tem garantido a eliminação dos focos, já que sabemos que mais de 80% deles estão dentro de casas e ambientes internos”, ressalta o coordenador.

Outra tática adotada, em parceria com a Secretaria de Saúde, foi a escolha de servidores que estão atuando há pelo menos duas semanas como fiscalizadores das ações implantadas nas secretarias. “Eles agem como os agentes de endemias, inclusive utilizando tablets para enviar os dados para a Sala de Situação”, afirma Mauro, referindo-se ao setor criado para receber e concentrar dados referentes à presença do Aedes aegypti no Estado.

A campanha vem surtindo efeito. Em um passeio pelas ruas das secretarias, na manhã desta segunda-feira (1) foi possível constatar a limpeza em meio à vegetação e lixeiras vazias, por exemplo.

De acordo com Mauro Lucio, a preocupação em antecipar as ações de combate foi pelo fato de a área estar localizada em uma reserva ambiental, que recebe muitos turistas e a própria população, que utiliza o espaço para a prática de atividades físicas.

"O problema é que à noite muita gente passa e joga lixo nas matas, por isso precisamos ficar atentos para que esse material não se acumule ou fique em áreas escondidas", diz

Espelho d’água - Um dos pontos que sempre foi alvo de atenção, por ser um criadouro em potencial, é o espelho d’água localizado em frente ao Palácio das Comunicações, prédio que abriga a Rádio e TV Educativa e que recebe pelo menos 100 turistas por semana.

Mesmo com problemas de infiltração, o diretor-presidente da RTVE, Bosco Martins, assegura que o lago passa por manutenção diária. Mas, devido a cortes de gastos, terá que ser desativado.

“Não temos condição de realizar mais a manutenção e se a sujeira acumular, o espaço pode se tornar um risco à saúde”, explica.

Para evitar o problema, o espelho já está sendo esvaziado e os poucos peixes que restavam foram levados para o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). No entanto, Bosco garante o espaço não cairá no abandono.

Ele passará por uma revitalização, que já conta com orçamento liberado de R$ 47 mil, que será utilizado para a recuperação de toda a fachada do prédio da RTVE. Já o espelho d’água passará por uma intervenção artística, ainda em estudo. “Há a possibilidade de um grupo de grafiteiros fazer um trabalho ali”, diz.

Como o prédio é um atrativo aos turistas devido aos espaços culturais que abriga, Bosco ressalta que há uma preocupação permanente com a manutenção e limpeza do local, tanto que no início de janeiro, funcionários da RTVE também integraram as primeiras ações de limpeza e combate à dengue.

"Montamos vários grupos que fizeram uma limpa ao redor do prédio, coletando garrafas, latas, sacos plásticos e até pneus", diz Bosco.

Espelho d'água do prédio que abriga a Rádio e TV Educativa está sendo desativado, mas ainda passa por manutenção. (Foto:Fernando Antunes)
Espelho d'água do prédio que abriga a Rádio e TV Educativa está sendo desativado, mas ainda passa por manutenção. (Foto:Fernando Antunes)

Entulhos - O cenário de limpeza e cuidados observado nas ruas onde se localizam as secretarias e órgãos públicos, no entanto, não é o constatado em uma das ruas próximas ao Parque dos Poderes. No local, a equipe do Campo Grande News flagrou móveis, plásticos e garrafas jogados, além de muito entulho de construção.

Alguns caminhões transportavam esses resíduos também circulavam pela rua, que não tem asfalto. Nenhum deles fez o descarte no momento em que a equipe circulava pelo bairro.

De acordo com a assessoria da Prefeitura de Campo Grande, a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) já foi comunicada sobre a situação da rua, para tomar as providências necessárias.

Ainda em nota, a prefeitura ressalta que a população pode denunciar descartes irregulares em áreas públicas ou provadas pelo telefone 154, que é da secretaria de Meio Ambiente ou no 3314 4639, direto na Ouvidoria, quando a reclamação for referente a terrenos sujos.

A Prefeitura também destaca que vem promovendo ações de conscientização, pedindo à população que evite o descarte de lixo e entulhos na rua para evitar a formação de criadouros do Aedes aegypti.

Ruas próximas às secretarias e órgãos recebem manutenção diária. (Foto: Fernando Antunes)
Ruas próximas às secretarias e órgãos recebem manutenção diária. (Foto: Fernando Antunes)
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