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Capital

Acusado de assassinar mulher a facadas em bar chora e pede perdão em júri

Rafael Ribeiro e Marcus Moura | 22/02/2017 12:31
Ajudante geral forçou o chporo e demonstrou abatimento durante júri em que é acusado de matar ex-mulher a facadas em 2014 (Foto: André Bittar)
Ajudante geral forçou o chporo e demonstrou abatimento durante júri em que é acusado de matar ex-mulher a facadas em 2014 (Foto: André Bittar)

O auxiliar de serviços gerais José Correa Carvalho, 48 anos, chorou e pediu desculpas à família de Gisele da Silva Ferreira, morta a facadas em abril de 2014, em um bar no Jardim Inápolis, em Campo Grande, quando tinha 19 anos, no júri popular que começou na manhã desta quarta-feira (22) e avalia se ele é ou não culpado pelo crime.

Bem emocionado, Carvalho se dizia triste por não ter convivência com o filho, fruto do relacionamento com a vítima, e que parou de beber com a ajuda da igreja evangélica que freqüenta.

O objetivo da defesa é derrubar as qualificadoras da acusação por homicídio: crime com motivação fútil e sem chance de defesa à vítima.


Na ocasião, Carvalho esfaqueou a ex-mulher após brigarem no bar. O acusado, bêbado, teria sido chamado de ‘corno’ e reagiu a esfaqueando no peito e barriga. Gisele morreu após ficar internada por cerca de quatro meses.


“O crime não pode ser considerado de motivo fútil porque a vítima tinha histórico de problemas com o consumo de bebidas”, disse o advogado do acusado, Rodrigo Antônio Stochiero Silva. “A conduta dela sempre esteve agressiva no bar, ciente de que ele poderia reagir. Não há o fator surpresa.”


A expectativa do advogado e o histórico de Carvalho, sem antecedentes criminais até então, dão esperanças a seus familiares que compareceram no Fórum de Campo Grande de que ele pode ser absolvido.


“Ela (a vítima) era a parte problemática do relacionamento. O José saiu de um casamento com três filhos e nunca teve problemas. Eles (familiares de Gisele) nem nos deixam de manter contato com o menino (filho do ex-casal)”, acusou um dos parentes do ajudante geral.


A família de Gisele não quis dar declarações. Em maior número, permaneceram em silêncio durante todo o período da manhã. O pai dela, que não quis se identificar, também chorou em muitos momentos das oitivas iniciais.


A retirada da qualificadora de crime por motivo fútil também foi defendida pelo promotor do caso, Douglas Santos. Em sua fala, ele alegou que a vítima realmente tinha problemas com a bebida, mas que o efeito surpresa não pode ser desprezado. “O casal ficou junto por cinco anos. Ela confiava nele, o enxergava como um protetor”, disse.


O trabalho no Tribunal do Júri foi suspenso para almoço por volta das 12h e seguiria no período da tarde, quando testemunhas deverão ser ouvidas e o veredicto decidido.

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