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Capital

Acusado de matar outro por causa de porco alega legítima defesa

Francisco Júnior | 18/09/2014 11:39
Atílio permaneceu de cabeça baixa durante a explanação da promotora. (Foto: Marcos Ermínio)
Atílio permaneceu de cabeça baixa durante a explanação da promotora. (Foto: Marcos Ermínio)

O trabalhador rural Atílio Rodrigues, 66 anos, assassino confesso de Gomercindo Marcelino da Cruz, alegou legítima defesa ao justificar o crime, ocorrido em 18 de abril de 2009, na fazenda Santa Helena, próximo ao autódromo de Campo Grande.

Ao ser ouvido durante o julgamento, realizado no Tribunal do Júri nesta manhã (18), o acusado, que já respondeu por um homicídio ocorrido em 1990, apresentou sua versão. Ele afirmou que durante três semanas antes do assassinato ajudou a vítima de várias formas, desde lhe dando alimentos até emprestando dinheiro.

Atílio negou que tenha matado Gomercindo por conta de uma dívida de R$ 300,00 na venda de metade de um porco. Segundo ele, no dia crime ficou sabendo que a vítima estava deixando a fazenda e que foi até lá para ajudar na mudança.

Conforme Atílio, ao chegar até o local, a vítima achou que ele havia ido cobrar a dívida, com isso Gomercindo o ameaçou de morte e jogou uma foice aos seus pés. “Ele me disse que seu tivesse cercado ele me daria um tiro na cara”.

O acusado disse que os dois discutiram e que em dado momento a vítima veio correndo em sua direção e colocou a mão na cintura. “Ele veio correndo parecendo que estava armado. Eu, com medo dele me matar, atirei”, justificou. A vítima foi atingida com cinco tiros.

A versão de Atílio foi contestada pela promotora Livia Carla Guadanhim Bariani. Ela apresentou depoimentos de testemunhas do assassinato, bem como laudos da perícia que apontam que a vítima não estava armada.

A promotora leu os depoimentos prestados pela mulher da vítima e também do motorista do caminhão, que iria transportar a mudança. Todos negaram que Gomercindo estivesse armado naquele dia. “ Porque cargas d'água Gomercindo estaria armado? O que chama a atenção é que como uma pessoa que estivesse com uma arma na cintura, pudesse se abaixar e levantar para carregar os móveis”, contestou a promotora.

Para ela, o acusado foi até o local com a intenção de matar. “ Não foi encontrada a foice e não foi encontrada a arma. “ Ele já foi propenso a fazer o que ele fez”.

A previsão é de que o resultado do julgamento saia até o início da tarde de hoje.

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