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Capital

Advogada contesta desacato e alega perseguição, mas delegado rebate

Lidiane Kober | 15/07/2015 15:43

A advogada Aline Gabriela Brandão contestou, nesta quarta-feira (15), acusação de desacato e alegou perseguição do delegado Camilo Kettenhuber Cavalheiro, contra quem apresentou representação por suposta tortura a uma cliente. O policial, por sua vez, afirmou que dezenas de pessoas testemunharam a “explosão” da advogada e garantiu que agiu com “isenção e imparcialidade”.

Aline assegura que, em nenhum momento, desrespeitou Cavalheiro e muito menos o chamou de “delegadozinho”. “Não o desacatei, meu pai é delegado, respeito essa profissão. Foi pura implicância dele por causa de uma representação de tortura contra ele”, afirmou.

Há pouco mais de uma mês, conforme a advogada, uma cliente dela, acusada de tráfico, foi supostamente “espancada” pela equipe do delegado. “Ainda teve a coragem de fazer chacota, perguntou se ela não tinha caído no chão e não me deixou acompanhá-la”, contou.

Já na noite de ontem (14), na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, Aline disse que só pediu para entregar cobertor a um cliente e, em resposta, o delegado “gritou comigo, me expulsou”. “Apenas disse que eu iria na Corregedoria porque não liberou a entrada de cobertor. Ele disse que não tinha medo da Corregedoria e perguntou se eu estava o ameaçando”, completou.

O delegado, ainda segundo a advogada, entendeu como desacato e deu ordem de prisão. “Queriam me colocar em um cela, um policial da equipe dele me agarrou, meu vestido subiu, minhas partes íntimas ficaram a mostra. Precisou um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) comparecer para meu direito de ficar em sala ser cumprido. Passei a noite em uma cadeira da delegacia”, relatou Aline.

Outro lado - Cavalheiro rebateu as informações da advogada, mas admitiu que tem uma representação contra ele. “Uma coisa não tem nada a ver com a outra, sou profissional, nada foi feito além do trabalho, agi com isenção e imparcialidade”, garantiu, com firmeza.

Segundo ele, dezenas de pessoas testemunharam a explosão da advogada. “Vários populares que estavam aguardando atendimento e até uma outra advogada presenciaram tudo. A advogada, inclusive, me procurou para se oferecer como testemunha”, ressaltou.

O delegado se declarou “estarrecido” com o comportamento de Aline. “Totalmente sem controle, descompensada, alterada, gritava, sem nenhum controle emocional, violou princípios éticos e morais. Foi lamentável”, disse.

Ele ainda ficou impressionado com suposta “dissimulação” da advogada. “O que mais me impressionou foi a forma dissimulada como negou tudo o que fez”, comentou. Cavalheiro disse que até parou o que estava fazendo para atender Aline e assegurou que não tinha nada pessoal contra ela.

“Existe a representação, já dei todos os esclarecimentos sobre isso. Atendi a advogada com cordialidade, mas ela simplesmente explodiu dentro do gabinete”, finalizou.

O caso - De acordo com o boletim de ocorrência, a advogada levantou o tom de voz e passou a questionar as regras de segurança da unidade e ainda teria perguntado ao delegado: "Você está pensando que é Deus, seu delegadozinho", deixando a sala logo em seguida e dizendo de maneira que uma testemunha pudesse ouvir a seguinte frase: "Pensa que é Deus, vai ver o que vai acontecer com ele". Diante das frases e da confusão, a advogada recebeu voz de prisão e ainda teria tentado resistir.

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