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Capital

Advogada é algemada após falar no celular enquanto dirigia

Paulo Fernandes e Viviane Oliveira | 28/06/2011 20:34
OAB vai à Depac e acompanha o caso da advogada algemada por falar ao celular (Foto: Marcelo Victor)
OAB vai à Depac e acompanha o caso da advogada algemada por falar ao celular (Foto: Marcelo Victor)

Uma advogada de 30 anos, que pediu para não ser identificada, acusa policiais de abuso de autoridade. Ela foi algemada após ter feito uma infração de trânsito, em Campo Grande. A advogada falava ao celular enquanto dirigia.

Ela saia da Denar (Delegacia de Repressão ao Narcotráfico) com o carro Honda Civic preto, às 16h15, falando ao celular, quando uma viatura da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) acionou a sirene.

A advogada continuou dirigindo. Em seguida, segundo ela, um comandante da viatura gritou “desliga essa desgraça” e passou a falar vários palavrões.

Ela estava na avenida Eduardo Elias Zahran e virou na rua Rodolfo José Pinho. Um veículo da polícia veio na contramão e “fechou” o carro dela.

Um dos policiais pediu a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) da advogada, mas ela entregou o documento do carro.

O policial ficou irritado, segundo a advogada, abriu a porta do veículo, retirou o cinto de segurança dela, torceu um dos braços da condutora e a algemou.

“Ele falou que eu tinha que ficar de cara com a parede. Ele deveria estar cuidando de bandido e não fazendo aquilo comigo”, conta.

A mulher ficou mais de 40 minutos algemada na calçada, em um lugar de muito movimento. A demora se deu pelo fato de a viatura que a abordou estar com dois presos. Foi necessário chamar um outro carro.

Várias pessoas viram a advogada algemada. Duas idosas chegaram a perguntar para ela: “o que você fez?”.

A advogada conta ter pedido para usar o telefone celular, mas teve o pedido negado pelos policiais.

Até que um amigo passou pelo local, viu o que estava acontecendo e telefonou para a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil). “Trataram-me igual bandido e filmaram”, disse a advogada.

Após o telefonema, a representante da Comissão de Defesa e Prerrogativa dos Advogados Marta Porto de Aragão foi até lá. Segundo ela, é ilegal prender advogado sem a presença de representante da OAB.

Marta Porto afirma que ao ser questionado por ela sobre a prisão, o comandante da viatura teria dito que “a OAB não vale nada”.

Para ela, a polícia cometeu abuso de autoridade, principalmente na desproporção entre a conduta do policial e a infração cometida. “Ela foi destratada, presa e algemada por policiais que estavam transportando preso”, ressalta.

Corregedor da PM (Polícia Militar), Coronel Judice afirmou que a advogada foi advertida porque usava celular no trânsito e que será apurado se houve abuso ou não por parte da polícia.

Foi registrado um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) e em seguida a advogada foi liberada. A detenção dela foi por desacato e desobediência. A advogada que foi algemada ameaça processar o Estado.

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