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Capital

Advogados questionam prisões feitas pela PM nas Moreninhas

Nícholas Vasconcelos | 14/11/2012 19:46
Operação da PM nas Moreninhas prendeu 8 pessoas e apreendeu um adolescente. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Operação da PM nas Moreninhas prendeu 8 pessoas e apreendeu um adolescente. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A prisão de oito pessoas e apreensão de um adolescente durante operação “Varejo” nesta quarta-feira (14), nas Moreninhas, é questionada entre os advogados que representam os presos e pela OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul).

O argumento é que os mandados de busca e apreensão e de prisão só poderiam ser expedidos pelo juiz a partir da solicitação de um delegado, não diretamente pelo Comando da PM (Policia Militar), como ocorreu.

“O Comandante da PM não tem legitimidade para requerer o mandado, a autoridade policial competente seria a Polícia Civil, o delegado de Polícia”, afirmou o advogado Paulo Belarmino de Paula Júnior, que representa um dos presos por tráfico durante a operação.

Paulo vai ingressar com pedido de liberdade para o cliente, que está detido na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do bairro Piratininga. “Entendo que a prisão é ilegal, mas como o pedido foi decretado pelo Judiciário vou ingressar com o habeas corpus”, informou.

Quem também vê com estranheza o pedido de prisão solicitado diretamente pelo Comando da PM é o presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul), Leonardo Duarte. “Não compete à PM requisitar prisões, fora os flagrantes ou solicitadas pela Polícia Civil”, comentou.

Conforme o chefe do Estado Maior da PM, Coronel Guilherme Gonçalves, a operação se baseou em em uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de 2009 sobre ação semelhante no Espírito Santo. Conforme o parecer do ministro Cezar Peluso, o cumprimento de mandado pela PM não é investigação e não usurpa a competência da Polícia Judiciária. "Tivemos uma informaçãod a Inteligência da PM que resultou na operação, como no Espírito Santo", afirmou o Coronel.

A operação Saturação teve a participação de 120 policiais do Cicgoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), 10°, 9° e 1° Batalhões distribuídos em 22 equipes.

Foram apreendidos 2 quilos de drogas, como maconha, cocaína e pasta base, além de uma arma calibre 32, um colete a prova de balas, uma faca, um canivete, balanças de precisão, cartões de crédito, celulares, munições, R$ 4.680 em dinheiro e R$ 200 em cheque.

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