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Capital

Afonso Pena vira "balada", deixa sujeira e tira o sono de muita gente

Helton Verão | 28/10/2013 08:56
Garrafas das mais variadas bebidas alcoólicas podem ser encontradas no sábado pela manhã e no domingo também.  (Foto: João Garrigó)
Garrafas das mais variadas bebidas alcoólicas podem ser encontradas no sábado pela manhã e no domingo também. (Foto: João Garrigó)

Os altos da Avenida Afonso Pena alterna seu público frequentador conforme o período, diurno ou noturno. Durante o dia famílias, esportistas, pessoas das mais diferentes faixas de idade. Do final da tarde à madrugada, a via se transforma em uma verdadeira balada. Sem organização, segurança e o que mais “judia” da avenida, sem a sensibilidade das pessoas em manter a limpeza. Quando o dia amanhece resta apenas a sujeira.

Uma família que passeava em meio as garrafas lamenta a situação e questiona como educar as crianças se tudo que eles veem é sujeira. “Não sei como pedir para não jogar se toda vez que venho caminhar, eles veem toda essa sujeira. Dificilmente vejo ela (avenida) limpa”, critica a auxiliar administrativa Bruna Lopes, 28 anos.

A "balada" a céu aberto deixa um rastro que mancha a imagem da cidade e tira o sono de toda região (Foto: João Garrigó)
A "balada" a céu aberto deixa um rastro que mancha a imagem da cidade e tira o sono de toda região (Foto: João Garrigó)
Choveu muito neste domingo, com tanto lixo é quase que impossível a água escoar pelo bueiro (Foto: João Garrigó)
Choveu muito neste domingo, com tanto lixo é quase que impossível a água escoar pelo bueiro (Foto: João Garrigó)

De acordo com Bruna, a situação queima o filme da cidade que tem em sua avenida mais famosa uma imagem feia e que mostra o lado ruim do campo-grandense. Ela cogita procurar outro lugar para ir com os dois filhos ou até mesmo dar um tempo com a Afonso Pena. “Venho até ela por ser a mais pacata para caminhar num domingo. Mas está difícil, não sei se seguirei vindo aqui”, cogita.

Moradores do bairro Santa Fé, distante a pouco mais de três quilômetros dos altos da Afonso Pena, reclamam do barulho do som alto aos fins de semana. “Não somos nem vizinhos colados da região e não conseguimos dormir a noite, imagina quem mora mais perto. Noite passada mesmo (sábado) tivemos que dormir na sala que era o lugar onde se ouvia mais baixo o barulho da bagunça”, revela a fonoaudióloga Valeria Caldeira, 37.

Valéria e a família se mudaram em julho para o Santa Fé e lembram que desde setembro não conseguem mais dormir noites completas nos fins de semana. “Nosso filho foi fazer Enem neste fim de semana após duas noites mal dormidas, influência diretamente na vida de toda uma região”, lamenta a fonoaudióloga.

Lei do Silêncio - Quem incomoda vizinhos com qualquer tipo de som alto está sujeito ao que dispõe o Artigo 42 da Lei das Contravenções Penais, federal.

Em vigor desde 1996, a Lei Municipal do Silêncio, que começou a ser “aplicada” nos últimos meses, causou polêmica em Campo Grande e fez com que bares se remodelassem para continuarem fornecendo música ao vivo a seus clientes, será estudada pela Comissão de Cultura da Câmara Municipal para poder passar por uma possível modificação.

Para quem provoca tais incômodos, é de um ano de prisão a pena prevista na Lei das Contravenções. Teor semelhante consta no Código Ambiental Brasileiro. Pelas leis federais, para a denúncia ser acatada é necessário que o incômodo atinja mais do que uma única pessoa ou família. Pela grande maioria das leis municipais, a denúncia é acatada também quando encaminhada por um único indivíduo.

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