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Capital

Amigos e família inocentam militar, mas suspeitam de "más companhias"

Nyelder Rodrigues e Thiago de Souza | 18/05/2016 20:15
Jovem estava realizando curso para cabo e, segundo amigo, iria se graduar em duas ou três semanas (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)
Jovem estava realizando curso para cabo e, segundo amigo, iria se graduar em duas ou três semanas (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)

Amigos de infância a familiares acompanham nesta noite de quarta-feira (18) o velório de Diego Barros Albuquerque, 20 anos, morto em confronto com a PM (Polícia Militar) na noite de ontem (17), na Vila Olinda, em Campo Grande. Os relatos dos presentes vão desde a incredulidade até a desconfiança com "más companhias".

"Nunca houve nada que pudéssemos desconfiar do Diego. Ele era um rapaz estudioso, nunca teve problemas, era quieto. Eu não duvido da polícia, mas me recuso a acreditar que ele fazia alguma coisa de errado", revela o amigo Marcelo Augusto Siqueira, de 20 anos.

Ele também enfatizou que a PE (Polícia do Exército), onde Diego era soldado, não admite militares de má conduta, e se alguém soubesse de algo Diego não seria aceito. "Ele estava fazendo curso para cabo, entre duas ou três semanas ia se graduar. Não havia motivo financeiro para se envolver com coisas erradas", complementa.

Apesar da inicial descrença no crime cometido pelo amigo, Marcelo ponderou que gostava de algumas novas amizades com que Diego se envolveu ultimamente. "Tudo isso precisa ser investigado. Talvez por não ter testemunhas da morte dele, atrapalhe, mas precisa ser bem investigado", ressalta.

A madrasta de Diego, que o conhecia desde os quatro anos, também revelou que o rapaz era quieto e tranquilo, e nunca teve atitudes que fizessem desconfiar dele. "Algumas pessoas com a qual ele conviveu ultimamente não eram boas influências", relata a mulher, que preferiu não ser identificada. 

Amigos lamentaram a morte do jovem em sua página pessoal no Facebook (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)
Amigos lamentaram a morte do jovem em sua página pessoal no Facebook (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)

Hoje, mais cedo, oficiais e militares de menor patente da PE visitaram a mãe da vítima, demonstrando apoio. O velório dele começou às 17h, na Pax Real da avenida Bandeirantes, bairro Amambaí. No momento em que a reportagem foi ao local, haviam ainda poucas pessoas presentes.

Rede social - Na página de Diego no Facebook, várias mensagens foram deixadas, lamentando a situação. "Vá em paz guerreira irmão de farda", escreveu um colega do Exército. "Irmãozinho, porque foi fazer isso? [...] Descanse em paz irmão de farda", comentou outro militar.

Antes da morte, o espaço também tinha mensagens de carinho da mãe de Diego. "Você é a melhor pessoa do mundo, te admiro muito", indicava a mãe. Diego publicou também frases como "cuidado com suas ações, pois há sempre alguém que se espelha em você" e "se esforce para não errar com quem se importa com você". Vários trechos da bíblia também eram publicados.

Caso - Segundo boletim de ocorrência sobre o caso, a polícia foi acionada para atender um roubo que havia acabado de ocorrer, por volta das 21h, na rua Guatemala, na Vila Jacy. No local, a vítima de 32 anos contou que dois homens, um deles armado, havia acabado de levar sua motocicleta Honda XRE 300, de cor vermelha.

Diego morreu ao ser baleado no primeira quadra da rua Joaquim Manoel de Souza depois do viaduto sobre a Costa e Silva (Foto: Marcos Ermínio)
Diego morreu ao ser baleado no primeira quadra da rua Joaquim Manoel de Souza depois do viaduto sobre a Costa e Silva (Foto: Marcos Ermínio)

Com as características dos bandidos em mãos, os militares conseguiram localizar a motocicleta em alta velocidade e na contramão na avenida Costa e Silva. Os policiais, então, deram ordem de parada a dupla que continuou a fuga. Foi solicitado apoio policial.

Durante perseguição, o rapaz teria sacado a arma e disparado dois tiros em direção a equipe, que reagiu com três disparos. Um deles acertou o escapamento da motocicleta e os outros dois disparos atingiram Diego, já na rua Joaquim Manoel de Souza, na Vila Olinda. 

Ele foi socorrido, mas morreu antes de dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário. No registro da polícia não há informações sobre o comparsa de Diego. O soldado não tinha antecedentes criminais.

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