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Capital

Análises de 11 vídeos servirão como provas em ação contra ‘Coreia’

MPE também cobra que juiz decrete quebra do sigilo telefônico do PRF

Anahi Zurutuza | 05/02/2017 17:49
‘Coreia’ de costa, no dia 11 de janeiro, quando a polícia fez a reconstituição do crime (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
‘Coreia’ de costa, no dia 11 de janeiro, quando a polícia fez a reconstituição do crime (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
PRF no dia que foi solto no dia 1º de janeiro (Foto: André Bittar/Arquivo)
PRF no dia que foi solto no dia 1º de janeiro (Foto: André Bittar/Arquivo)

Embora já tenha denunciado Ricardo Hyun Su Moon, o “Coreia”, por homicídio doloso – quando há a intenção de matar –, o MPE (Ministério Público Estadual) ainda conta com os resultados das perícias em ao menos 11 vídeos feitos em celulares e câmeras de segurança, além da quebra do sigilo do telefone do policial rodoviário federal, como provas para o processo. O PRF responde pelo assassinato de Adriano Correia do Nascimento, 33.

O promotor Eduardo José Rizkallah reforçou o pedido para que a Justiça determine a quebra do sigilo das ligações feitas pelo celular de Coreia. A perícia nas mensagens SMS e conversas pelo WhatsApp já foi feita e a acusação pede que o resultado seja anexado ao processo.

A promotoria quer ainda que a Justiça determine a análise de vídeos gravados pelas câmeras de segurança de dois estabelecimentos comerciais localizados nas proximidades do local do crime, da delegacia, e também gravados por testemunhas e pelo delegado Enilton Pires Zalla, que atendeu a ocorrência.

As imagens vão deixar claro vários detalhes importantes para determinar que Coreia realmente teve a intenção de matar o empresário, agindo como “um esquentadinho no trânsito”, como defende o promotor, além de mostrar quais as roupas eram usadas pelo PRF durante a abordagem do carro da vítima e depois, quando ele se apresentou a polícia.

Foto do agente da PRF no carro da PM no dia do crime (Foto: Simão Nogueira/Arquivo)
Foto do agente da PRF no carro da PM no dia do crime (Foto: Simão Nogueira/Arquivo)

Conduta policial – Além de juntar provas sobre o crime em si, a promotoria quer ainda que a Justiça determine a apuração de eventuais delitos que possam ter sido praticados por “outros policiais”, que não os militares, no atendimento da ocorrência. Os PMs já são investigados por supostamente favorecer o investigados.

“Uma cópia dos autos será encaminhada à Supervisão das Promotorias de Justiça Criminais do Ministério Público Estadual, para que as medidas cabíveis sejam tomadas” caso sejam encontrados indícios “outros crimes” contra outros agentes.

O promotor pode usar o conteúdo captado pelas câmeras da delegacia, por exemplo, para mostrar quais a vestes o PRF usava no local do crime, se ele ainda estava lá quando a Polícia Civil chegou – a alegação é que a PM já havia retirado o policial da cena do crime –, quais a roupas ele usava ao chegar à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da região central e “se compareceu espontaneamente ou se estava sendo conduzido pela Polícia Militar”.

Caminhonete bateu em poste após tiroteio (Foto: Simão Nigueira/Arquivo)
Caminhonete bateu em poste após tiroteio (Foto: Simão Nigueira/Arquivo)

O caso – Moon ficou preso na carceragem do Garras (Delegacia Especializada e Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) até o dia 1º de fevereiro.

Conforme foi recapitulado pela perícia em reconstituição realizada no dia 11 de janeiro, Coreia conduzia sua Mitsubishi Pajero prata pela avenida Ernesto Geisel no sentido bairro/Centro na manhã do dia 31 de dezembro quando se envolveu na briga com Adriano, que dirigia uma Toyota Hilux branca.

Ele atirou sete vezes contra a caminhonete. Adriano Nascimento, dono de dois restaurantes japoneses na cidade, perdeu o controle do veículo e bateu em um poste, mas a vítima morreu em virtude dos tiros, conforme a perícia.

Um jovem de 17 anos que o acompanhava foi baleado nas pernas. Outro passageiro no veículo, um supervisor comercial, de 48 anos, quebrou o braço esquerdo e sofreu escoriações com a batida. Ambos foram socorridos conscientes.

Naquela manhã, o PRF embarcaria para Corumbá (a 419 km de Campo Grande), seu posto de trabalho na corporação.

Em seu depoimento, Moon disse que agiu em legítima defesa. Afirmou que as vítimas não o obedeceram mesmo após ele se identificar como policial, que tentaram lhe atropelar ao fugir dele e que viu um objeto escuro que poderia ser uma arma na mão de uma das vítimas. Repetiu a alegação durante a reconstituição e foi confrontado pelas duas testemunhas sobreviventes.

A polícia revelou que o PRF fez três ligações ao Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança), pedindo reforço, a presença do Batalhão de Trânsito e um bafômetro. Não se sabe, no entanto, o que de fato o motivou a fazer os sete disparos.

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