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Capital

Antes de morrer, médico mandou SMS se despedindo de esposa, diz delegado

Depoimento de familiares levou a polícia a descartar a hipótese de latrocínio

Bianca Bianchi | 27/01/2016 19:38
Médico trocou mensagens em tom de despedida com esposa (Foto: Arquivo pessoal)
Médico trocou mensagens em tom de despedida com esposa (Foto: Arquivo pessoal)

Depois de ouvir os depoimentos da esposa e de dois colegas de residência do médico Francis Giovanni Celestino, 31 anos, encontrado morto na manhã de quinta-feira passada (22), dentro de seu veículo próximo à fazenda Piana, em Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande, o delegado Edmilson José Holler reafirmou que o caso se trata de suicídio. A hipóstese de assassinato, levantada durante a semana por amigos e familiares, foi descartada.

"Eu não tenho dúvidas de que foi suicídio", disse o delegado responsável pelo caso. Segundo Holler, mensagens de celular trocadas entre o médico e a esposa, Mariana Lima, são provas. Nela, Francis teria falado em tom de despedida e pedido perdão à esposa.

Mariana e os dois colegas de residência, que não quiseram ser identificados, prestaram depoimento na quarta-feira (27) na 6ª Delegacia de Polícia da capital.

A hipótese de que o homem de 44 anos, com quem Francis se envolveu em um acidente de trânsito em abril do ano passado, seja o autor do crime, foi descartada pelo delegado. "Esse homem entrou com uma ação de indenização contra Francis, se ele tem interesse em receber o dinheiro, não ia matá-lo", explica Holler.

Os depoimentos ajudaram a descartar também a hipótese de envolvimento de Francis com agiotas. "Não há qualquer indício em relação a isso", diz o delegado.

Colega de residência e amigo pessoal de Francis, um homem que não quis ser identificado disse que, apesar de ser considerado muito querido entre os colegas de profissão, pacientes e enfermeiros, o médico era também reservado com seus problemas pessoais.

Onze dias antes de morrer, Francis havia registrado um boletim de ocorrência por preservação de direito. No documento, o médico alega à polícia que estava sendo coagido a trabalhar durante toda a noite e sem horário de descanso na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, na Capital. “É fato que ele estava sofrendo muita pressão. Ele não estava feliz com aquela situação. Como é que fica feliz trabalhando 18 horas por dia e sem descanso?", comenta o colega.

A previsão é que os laudos da arma e do corpo cheguem na semana que vem. A Polícia Civil tem mais 20 dias para finalizar o inquérito inicial.

Caso - Francis foi encontrado morto dentro do carro trancado, ferido com dois tiros de uma pistola Taurus calibre 380 no peito. O médico estava de jaleco e luvas de procedimento nas mãos. Medicamentos tarja preta estavam espalhados pelo carro.

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