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Capital

Após 3 mortes, gripe suína assusta e procura por álcool gel dispara

Elverson Cardozo | 04/07/2012 14:13
Gerente da farmácia Rui Barbosa afirma que procura por álcool em gel aumentou desde a semana passada. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Gerente da farmácia Rui Barbosa afirma que procura por álcool em gel aumentou desde a semana passada. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Na época em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu alerta para o risco de surgimento da “gripe suína” - H1N1 ou Influenza A - os estoques de álcool em gel “evaporaram” das prateiras das farmácias de todo o Brasil. Não era raro encontrar os que se declaravam mais prevenidos usando máscaras hospitalares. O tema, por conta de novo alerta, voltou à mídia e a preocupação, naturalmente, às ruas.

Em Campo Grande, a procura por álcool em gel dobrou nos últimos dias. Gerente da Farmácia Rui Barbosa, Ancelmo Ambrósio Caldeira, de 54 anos, confirma a procura acentuada depois do ressurgimento de novos casos da doença.

A venda do produto, afirmou, começou a aumentar na semana passada. Das 24 unidades pequenas encomendadas – que custam, em média, R$ 2,75 – sobraram apenas duas. Os frascos maiores todos já foram vendidos.

Farmacêutico e proprietário da farmácia Jardim dos Estados, na região central da cidade, Alessandro Augusto Teixeira Serea, de 34 anos, também confirma a situação.

Ontem, por exemplo, teve de encomendar novo estoque do alcool que, segundo ele, já começa a faltar nas distribuidoras. Das três empresas fornecedoras, duas não tinham mais o produto.

Para ao farmacêutico, a situação preocupa. A falta de fornecimento do álcool em gel pode trazer prejuízos maiores, especialmente entre funcionários e pacientes de clínicas e hospitais. “Para esse pessoal não pode faltar”, disse.

As procuras nas farmácias de Campo Grande, segundo os responsáveis, já representam um aumento crescimento de 20% a 30% nas vendas. A tendência é que aumente.

Nas ruas, mesmo que em menor intensidade, a possbilidade de um novo surto da doença volta a preocupar. A notícia de que até agora três pessoas morreram, vítimas da doença em Campo Grande, é o que mais assusta.

Produtos começam a faltar nas distribuidoras. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Produtos começam a faltar nas distribuidoras. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A dona de casa Cláudia de Souza Garcia, de 45 anos, é uma das que vai voltar à “moda” do álcool gel. “A gente fica assustada. Tem que se proteger”, disse, acrescentando que, em 2009, o uso do produto em casa virou mania. Máscara ela diz que não usa porque “dá a impressão de que a pessoa está doente”.

A mãe de Cláudia, a aposentada Izabel Olímpia de Souza, de 82 anos, adianta: “Eu meu cuido de mais da conta”. A vacina contra a gripe comum ela já tomou, junto com o esposo de 76 anos. Agora, quer se prevenir contra a gripe suína. “Tem gente que descuida demais da saúde”, afirmou.

Proprietária de uma banca de produtos eletrônicos na rua Dom Aquino, Eudy Mendonça de Lima, de 51 anos, já enfrentou um caso da doença na família. Em 2009, o filho, que é enfermeiro, contraiu a gripe H1N1, mas fez todo o tratamento corretamente e conseguiu se curar.

A ameaça de um novo surto não preocupa tanto Eudy, mas ela diz que toma os cuidados necessários, sem exagerar. Se usar máscaras, afirmou, vai espantar os clientes.

O que é? - O Ministério da Saúde classifica a gripe como uma “doença respiratória aguda” causada pelo vírus A (H1N1), que é transmitido de pessoa para pessoa, geralmente por meio da tosse, espirro ou secreções respiratórias.

No Brasil, a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu alerta para o surgimento da doença em abril de 2009, época em que os primeiros casos começaram a surgir e a pandemia se instalou em território nacional. Com base nos dados epistemológicos, em agosto de 2010 a organização declarou a pandemia como encerrada.

A gripe ficou conhecida popularmente como “suína” porque pesquisas iniciais apontaram que o vírus era o mesmo que afetava porcos em países da América do Norte, como o México – onde surgiu -, mas a OMS afirma que sua origem é desconhecida.

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