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Capital

Após andar 30 km, mulher é obrigada a interromper protesto contra a saúde

Flávia Lima | 20/08/2015 15:01
Edna foi proibida de seguir a pé até Brasília, mas garante que não vai abandonar protestos. (Foto:Fernando Antunes)
Edna foi proibida de seguir a pé até Brasília, mas garante que não vai abandonar protestos. (Foto:Fernando Antunes)

A cabeleireira Edna Lima Bronze, 38 anos, que iniciou na manhã de quarta-feira (19) uma caminhada até Brasília para protestar contra a qualidade do serviço público de Saúde no país, foi interceptada por uma agente de trânsito da concessionária CCR MSVia e foi obrigada a retornar para Campo Grande, de onde saiu, acompanhada por três cachorras vira-latas.

Segundo Edna, a interceptação aconteceu na noite de ontem, quando ela já estava próximo a Jaraguari e seguia pela BR-163, que é gerenciada pela CCR. A cabeleireira conta que tentou argumentar, mas foi informada que poderia ser presa pela Polícia Federal, caso insistisse na viagem.

De acordo com Edna, a agente disse que ela poderia ser atropelada, já que trecho em que ela estava não tinha acostamento. Ainda de acordo com relato da cabeleireira, ela foi colocada em uma viatura da concessionária, junto com os animais e o carrinho que levava e deixada na Avenida Guaicurus, já na Capital.

“De lá voltei a pé para casa, mas não desisti de protestar contra as péssimas condições do serviço de saúde do país”, ressalta. O que vai mudar, agora, é a sistemática do protesto. “Não posso mais fazer a viagem a pé, mas vou participar de todos os protestos aqui na Capital”, afirmou.

Procurada pela reportagem, a concessionária CCR MSVia não forneceu detalhes sobre a abordagem a cabeleireira.

Na manhã desta quinta-feira (20) ela já se fez presente na manifestação dos agentes de saúde, que aconteceu no centro de Campo Grande. Ao lado das cachorras, ela engrossou o coro dos manifestantes que exigiam o direito de realizar os cursos de capacitação exigidos pelo Ministério da Saúde.

Preparação – Edna havia se preparado durante três anos para a jornada, realizando caminhadas dentro da Capital. Ela mandou construir o carrinho, que serviria de abrigo para ela e os cães durante o trajeto onde não houvesse paradas nem cidades para que ela pudesse descansar. No carrinho ela também levava mantimentos, como comida enlatada, água e ração para os animais.

A cabeleireira chegou a raspar a cabeça para lembrar dos pacientes com câncer que dependem do tratamento via SUS.

Apesar de ter o apoio da família, ela contou que o marido, Luciano Bronze levou cinco anos para aceitar a ideia. Edna já está habituada a realizar protestos polêmicos. Há dois anos ela chegou a se acorrentar em frente ao Hospital Regional para exigir uma cirurgia plástica que reconstruísse uma cicatriz feita em sua barriga de forma errada.

Na época ela sofreu cirurgia para descobrir o que causava uma hemorragia, porém, sem a realização de um ultrassom devido a falta de profissionais no hospital, o médico fez um corte de cerca de 20 centímetros para descobrir que a causa da hemorragia era uma gravidez nas trompas.

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