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Capital

Após ataque em terminal, jovem muda rotina e caminho para casa fica mais longo

Fernanda Yafusso | 24/02/2016 19:13
Ingrid, precisou alterar a rotina após ataque no Terminal Morenão por um desconhecido (Foto Reprodução Facebook)
Ingrid, precisou alterar a rotina após ataque no Terminal Morenão por um desconhecido (Foto Reprodução Facebook)

Após divulgar um vídeo nas redes sociais, contando que foi atacada por um homem desconhecido no Terminal Morenão na tarde de terça-feira (23), a estudante do segundo ano de administração da Uniderp, Ingrid Matzembacher de 21 anos, precisou mudar sua rotina. A jovem explica que antes pegava o ônibus todos os dias, mas agora vai demorar um pouco mais para chegar em casa, cerca de uma hora, e evitará passar pelo Terminal Morenão. 

"Hoje eu não fui até o terminal, mesmo quando me falaram que tinha guardas lá. Minha amiga e meu namorado vão se revezar por enquanto para que eu possa ir até a faculdade, mas depois volto a usar o transporte coletivo e eu vou para o terminal General Osório, vou chegar uma hora depois em casa. Mas vou fazer isso porque fiquei assustada, e ontem demorei bastante para conseguir dormir", conta.

Ingrid conta também que precisou ir ao mercado, mas chamou uma amiga para acompanhá-la, pois ficava com medo quando alguém se aproximava e isso a deixava assustada.

"Depois do que aconteceu eu tive a ideia de criar um grupo no Facebook sobre mulheres que estão sendo atacadas, para ter uma noção do número de pessoas que já foram agredidas e então repassar esses dados para a polícia", relata.

De acordo com a psicóloga Avany Cardoso Leal, de uma maneira geral a questão da violência contra a mulher é muito cultural e patriarcal. Essa é uma questão ainda tolerada em muitos cenários, e por esse motivo as pessoas não denunciam adequadamente o agressor, que tem uma necessidade de infligir o medo na mulher.

"Ele deseja assustar e às vezes tem raiva das mulheres. O ataque causa basicamente um sentimento de medo, e a mulher fica mais fraca. Ela se sente com raiva e revoltada, mas o medo impede uma reação", explica.

Avany ainda explica que se o sentimento de insegurança perdurar em outros comportamentos, como o medo de sair em locais públicos sozinha, por exemplo, pode ser identificado, em alguns casos, como um quadro de estresse pós-traumático.

"Quando começa a interferir a rotina da pessoa, entendemos que esse é um quadro de estresse pós-traumático. E precisa ser avaliado para que, caso precise, passe por tratamentos adequados", conta.

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