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Capital

Após audiência, Celta vira incógnita sobre racha da Duque de Caxias

Acidente aconteceu no dia 31 de março e culminou na morte de jovem de 22 anos

Helton Verão | 04/06/2013 21:51
Ryan acompanhando pela escolta, na saída da audiência (Foto: João Garrigó)
Ryan acompanhando pela escolta, na saída da audiência (Foto: João Garrigó)
Outro carro que participava do racha ficou partido ao meio. Condutor morreu (Foto: Nyelder Rodrigues)
Outro carro que participava do racha ficou partido ao meio. Condutor morreu (Foto: Nyelder Rodrigues)

Aconteceu na tarde desta terça-feira (4) a primeira audiência para ouvir as testemunhas de acusação contra o universitário Ryan Douglas Wehner Vieira, no acidente decorrente de um suposto racha que matou o jovem de Marcos Vinicius Henrique de Abreu, de 22 anos, na avenida Duque de Caxias no último dia 31 de março.

Seriam 12 ao todo, mas apenas oito compareceram na 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande e responderam as perguntas do juiz titular, Aloísio Pereira dos Santos.

Nas respostas, houve divergência entre a participação ou não de um terceiro carro ao racha, que seria um Celta vermelho, que estava sendo conduzido pelos militares que foram detidos por desacato.

Todas as testemunhas ouvidas que não estavam entre os três veículos, C3 (onde estava Ryan), Polo (conduzido pela vítima fatal) e o próprio Celta, dizem não ter reparado o veículo vermelho em nenhum momento na disputa.

Mas o amigo que estava no banco do passageiro de Ryan afirmou uma provocação dos militares no Celta vermelho, ainda na Afonso Pena, na altura do “Obelisco”, esquina com a José Antônio. “Estávamos ultrapassando os demais veículos na Afonso Pena e quando reparamos o Celta meio que nos acompanhando. No primeiro sinal vermelho, fiz sinal de joia para eles entenderem que estávamos de boa”, argumentou Hugo Nantes.

No momento de explicar sobre o que aconteceu do semáforo do CMO (Comando Militar do Oeste) para frente, Hugo gaguejou várias vezes. Ele ainda afirmou que quando aconteceu a colisão ele viu o Celta passar na outra pista. Ele admitiu que tomou cerveja com Ryan no dia.

Após a colisão todas testemunhas quando questionadas sobre o que ocorreu, citaram ter visto lata de cerveja e um isopor no Citroen, o Celta de volta no local e o principio de desentendimento entre um dos Militares e os ocupantes do C3.

“O pai do Ryan estava tentando esconder o isopor e as latinhas e desconfiamos dele querer evadir do local e deixar o carro lá. Foi a hora que um dos militares foi para cima e deu um tapa na cara do motorista do C3”, relatou uma das testemunhas.

Os militares afirmam que viram o acidente acontecer, entraram na Base Aérea e depois retornaram cada um em um veículo para socorrer as vítimas, segundo eles.

Após o tapa, um policial a paisana que tentava acalmar os ânimos no local acabou empurrado e dando a voz de prisão aos militares.

Um socorrista foi ouvido e ao fim das perguntas, pediu a palavra para afirmar que Ryan, embriagado, teria afirmado que a disputa estava acontecendo desde a sede da Prefeitura Municipal, na Afonso Pena, esquina com a 25 de Dezembro.

Um investigador posterior da Polícia Militar também foi ouvido e disse ter conversado com a namorada da vítima fatal no hospital, Letícia Souza dos Santos, de 23 anos, que afirmou a participação do Celta no racha. “Fui procurar o Celta e não achava ele, olhei nos registros da Base Aérea e não constava a entrada dele lá. Mas no final das contas ele estava lá dentro. Não sei por que esconderam ele”, contou o investigador.

Os advogados defesa de Ryan, Pedro Paulo Sperb Wanderley e Ricardo Wagner, apenas fizeram algumas perguntas e disseram preferir ouvir o que cada destemunha de acusação tem para falar, para montar sua tese.

Ao fim da audiência, os advogados pediram a revogação da prisão preventiva de Ryan, com o argumento de que os laudos da perícia provaram que quem tocou primeiro foi Marcus, com o Polo no Citroen de seu cliente. “As testemunhas estão divergindo do acontecido. Temos os laudos a nosso favor, iremos montar nossa defesa em cima disso”, antecipou Pedro Paulo.

Letícia não pode comparecer à audiência alegando ter passado mal e teve de ser internada as pressas na Santa Casa. O juiz Aloísio então agendou para ouvi-la no próprio hospital, no próximo dia 11. Outro policial militar também iria depor, mas não compareceu.

Na próxima quinta, às 10h30, o Tribunal de Justiça vai até o município de Dois irmãos do Buriti para ouvir outra testemunha.

Dia 17 acontece a audiência com as testemunhas de defesa, marcada para o dia 17 de junho, às 8h15, no próprio Tribunal.

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