ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 28º

Capital

Após espera de até 3 anos, exames defasados comprometem consulta

Aline dos Santos | 13/07/2013 11:16
Regiane mostra série de exames feitos de 2010.(Foto: Marcos Ermínio)
Regiane mostra série de exames feitos de 2010.(Foto: Marcos Ermínio)

Criado para tirar 48 mil pessoas da fila de espera que perdura por até três anos para consulta, o Mutirão de Especialidades revela outra fragilidade do atendimento público de saúde em Campo Grande: exames defasados. Desta forma, a definição de tratamento exige a realização de novos procedimentos e consulta médica.

A situação fica explícita na saga da cabeleireira Regiane Márcia de Moraes, de 32 anos. Desde 2010 ela precisa passar por consulta com endocrinologista para fazer três cirurgias. Em busca de atendimento, chegou a acionar a Defensoria Pública.

Neste sábado, quando finalmente foi chamada para consulta, só tem em mãos exames antigos, enquanto a dosagem hormonal para liberar as cirurgias deve ser de, no máximo, 30 dias. “Vai ser inválida”, afirma cabeleireira, dividida entre a conquista da consulta esperada desde 2010 e a frustração antecipada.

Há três anos, já foram ao menos oito exames, mas o último, feito na semana passada, ainda não ficou pronto. “Preciso fazer cirurgias de varizes e vesícula. Mas sem ver a taxa de um hormônio, o médico não pode fazer”, conta.

Regiane relatou a longa espera ao secretário municipal de Saúde, Ivandro Côrrea Fonseca. “A senhora foi chamada agora por causa do Fila Zero, não por causa da Defensoria”, explicou o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Depois da consulta, Conceição Gomes, de 80 anos, também terá que fazer novo exame da tireoide. “Minha mãe vai ter que fazer ultrassom e marcar o retorno” conta a Geralda Sabino.

Pelos corredores do CEM (Centro de Especialidades Médicas), é possível encontrar pacientes com melhor sorte. Caso de Leunice Santos da Cruz, de 57 anos. O prazo entre a consulta no posto do bairro José Abrão e a consulta hoje foi de um mês. “Bom demais, não tenho o que reclamar”, diz, diante de um prazo compatível até com o tempo de espera de plano de saúde.

Neste sábado, foram agendados 420 pacientes nas especialidades de endocrinologia e oftalmologia. Eles são convocados por telefone. Na entrada, já é feita a triagem e entregue a senha. O atendimento hoje é feito por 17 médicos, quatro preceptores e um coordenador.

Conforme o secretário, é planejado um mutirão para ultrassom. Mais quatro mutirões estão agendados até setembro. No próximo fim de semana, será oftalmologia geral. No dia 10 de agosto, novamente endocrinologia e oftalmologia geral. Em 24 de agosto, psiquiatria e oftalmologia. No dia 14 de setembro, os atendimentos serão de neurologia e oftalmologia. O CEM fica localizado na Travessa Guia Lopes, 71, no bairro São Francisco.

Nos siga no Google Notícias