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Capital

Após morte de taxista, polícias prometem abordagem ao menor sinal de risco

Paula Maciulevicius | 19/07/2012 12:22

A partir de hoje, policias Militar, de Trânsito, Rodoviária Estadual e Ambiental farão a abordagem; medida inclui também curso para os motoristas

Reunião entre Comando Geral da PM e categoria foi na manhã de hoje. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Reunião entre Comando Geral da PM e categoria foi na manhã de hoje. (Foto: Rodrigo Pazinato)

As abordagens aos motoristas de táxis serão feitas pelas Polícias Militar, de Trânsito, Rodoviária Estadual e Ambiental. O anúncio foi feito pelo comandante da Polícia Militar do Estado, coronel Carlos Alberto David dos Santos, durante reunião com sindicato e associações de taxistas da Capital, após o caso da morte do taxista Manoel Kusman Bondarenco, no último dia 13.

A determinação do comando da Polícia é de que todos os militares que estiverem em rondas e percebam algum risco façam a abordagem. A forma como os policiais vão chegar, o coronel disse que vai depender da demanda da situação.

“Elas ocorrerão de acordo com o local, no período noturno e principalmente quando o policial desconfiar das características do passageiro, mas de forma preservada”, disse.

Durante a reunião ficou decidido também que a Polícia Militar vai realizar cursos e palestras direcionadas aos motoristas e atendentes das cooperativas de Táxi.

“Vamos nos reunir com taxistas para entender e saber locais onde tem maior incidência de casos, são nesses que iremos intensificar”, completou o comandante.

A data para a primeira reunião será marcada para os próximos dias. O local ficou a cargo dos presidentes do Sindicato dos Taxistas e da Associação

dos Taxistas Auxiliares de Campo Grande.

A falta de segurança sentida pelos motoristas voltou à tona depois que o taxista Manoel foi morto com 23 facadas durante um assalto, na saída para Sidrolândia, em Campo Grande, na madrugada do dia 13 de julho.

Em menos de um ano, é a segunda vez que a categoria solicita esse tipo de medida a Policia Militar. A primeira foi feita em agosto do ano passado, após o assassinato do taxista Daniel Manoel Dudu, de 50 anos, no dia 26 de agosto.

Na época, a reivindicação foi atendida pela PM, mas segundo relatos dos motoristas, as abordagens diminuíram até não acontecer mais.

Abordagens agora serão intensificadas por todo efetivo da Polícia em pontos de risco determinados pelos taxistas. (Foto: Minamar Júnior)
Abordagens agora serão intensificadas por todo efetivo da Polícia em pontos de risco determinados pelos taxistas. (Foto: Minamar Júnior)

Na manhã de hoje o coronel explicou que as abordagens iniciaram ano passado com toda força, mas que com o passar do tempo com a queda no número de ocorrências, outras prioridades foram vindo à frente.

“Com outras ocorrências, fomos priorizando outras áreas”, disse o coronel. Sobre o relato dos motoristas e da própria associação, de que as abordagens pararam a pedido do sindicato da classe, o comandante respondeu que houve a informação de que ocorria constrangimento por parte dos clientes, mas que isso não interferiu o trabalho.

O comando explicou que as abordagens já foram retomadas logo após o caso da morte do taxista Manoel.

O presidente do Sindicato, João Santana, comentou que saiu satisfeito da reunião. Ele argumentou que apesar do motorista ter a obrigação, como prestador de serviço, de pegar o cliente, cabe a ele a responsabilidade de observar o passageiro e fez um apelo para que clientes não se sintam constrangidos perante a abordagem.

As centrais de táxis anunciaram que farão corridas noturnas apenas prévio cadastro dos clientes. Com nome completo, endereço e telefone de contato.

Ao todo Campo Grande conta com uma frota de 438 táxis.

“Antes não houve engajamento da classe, mas agora vamos marcar as reuniões. Pedimos a compreensão da sociedade e o engajamento dos motoristas”, finalizou João Santana.

Caso - Manoel trabalhava no ponto de táxi da rodoviária, quando por volta da meia-noite do dia 13, recebeu o chamado da central para buscar passageiros na avenida Guaicurus e levá-los até Sidrolândia.

Os supostos passageiros foram presos poucas horas depois, pela Polícia Militar, com ajuda de colegas taxistas do ponto de Manoel. A vítima chegou a acionar o socorro da central, mas os bandidos retiraram o GPS e o contato do carro com a cooperativa.

Os assassinos confessos, Adailton da Mata Souza, 21 anos, conhecido como “Pequeno” e Evandro Silva dos Santos, 23 anos, admitiram que a intenção era de matar o motorista desde que pediram a corrida. O corpo de Manoel foi deixado em uma estrada vicinal na região da MS-060.

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