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Capital

Após motim e 15 feridos, juiz restringe a participação da PM nas Uneis

Graziela Rezende e Edivaldo Bitencourt | 21/03/2014 10:57

Adolescentes feridos na Uneis (Unidade Educacional de Internação) durante motim, na sexta-feira passada, colocam a culpa no excesso de autoritarismo. Já agentes educadores, com pouco efetivo, vivem com ameaças de morte com frequência e temem novas rebeliões. Diante desse cenário, a Justiça decidiu intervir nas ações da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) e restringir a intervenção ostensiva da polícia nas unidades de internação, que só deverá ocorrer após notificação de três órgãos públicos. 

A determinação é do juiz da Vara da Infância e Juventude, Roberto Ferreira Filho. Ele mandou que a Tropa de Choque só deverá se estender ao Ministério Público Estadual, ao Juizado e à Defensoria. “A intenção é evitar denúncias de abuso como ocorreu na última sexta-feira, quando houve um motim na Unei Dom Bosco e 15 adolescentes ficaram feridos”, explica Ferreira.

Sobre a atuação da tropa de choque nestes locais, o superintendente de assistência sócio-educativa, que gere as Uneis, Rubens Grandini, cita o motim ocorrido há poucos dias. “Não fosse a presença da PM e dos Bombeiros naquele dia, uma chacina provavelmente teria ocorrido lá. Dos 68 internos, 24 se revoltaram e queimaram 20 colchões de espuma. Com a fumaça tóxica, a tragédia da boate Kiss poderia se repetir”, avalia Grandini.

Na ocasião, ele diz ainda que pedras, barras de ferro e o que mais tinha na mão eram jogados contra agentes, que não conseguiram conter o incêndio. “A intenção dos 24 adolescentes da ala B era fugir e se vingar dos internos da ala A, a mais pacífica da unidade. Atualmente, eles já foram remanejados e permanecem em outra ala”, fala o superintendente.

Prejuízo – Ainda sem dimensionar o valor da destruição, o superintendente diz apenas que é maior do que da outra vez. “Em 2012, eles tentaram acabar com tudo e o prejuízo foi de R$ 36 mil, sendo que agora a destruição foi ainda maior”, comenta Grandini.

Plantonista no local, um agente penitenciário que prefere não se identificar, por medo de represália, diz que o efetivo é muito pequeno e insuficiente para conter os adolescentes. “Impossível contê-los sem a presença da PM, ainda mais com as ameaças de morte que recebemos”, finaliza o agente.

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