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Capital

Após operação da PF, doações ao Hospital do Câncer voltam ao normal

Aline dos Santos e Mariana Lopes | 03/04/2013 11:55
Na primeira semana, hospital amargou queda de doações após denúncia de desvio de dinheiro. (Foto: Marcos Ermínio)
Na primeira semana, hospital amargou queda de doações após denúncia de desvio de dinheiro. (Foto: Marcos Ermínio)

O volume de doações ao Hospital do Câncer, denunciado por superfaturamento, está, gradualmente, sendo normalizado. “Na primeira semana, as doações caíram bastante. Mas, nos últimos cinco dias, as pessoas deixaram de cancelar as doações”, afirma o diretor-presidente Carlos Alberto Morais Coimbra, integrante da comissão provisória que assumiu o comando do hospital após a operação Sangue Frio, realizada pela PF (Polícia Federal) em 19 de março.

De acordo com ele, o previsto para março era arrecadar R$ 215 mil. Porém, o mês fechou com arrecadação de R$ 190 mil em donativos. “Isso implica no orçamento do hospital, mas a diretoria provisória, nestes 15 dias, vem dialogando com os órgãos públicos para novos convênios”, salienta. Em 2011, as doações totalizaram R$ 2,3 milhões.

A Prefeitura de Campo Grande manteve repasse mensal de R$ 1 milhão do SUS (Sistema Único de Saúde). A direção provisória também se reuniu com a secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi. Até o momento, não houve medida concreta, como novo aporte de recursos, mas o diretor aposta no diálogo.

Nesta quarta-feira, Carlos Coimbra vai se reunir com o secretário municipal de Saúde, Ivandro Côrrea Fonseca. Segundo o diretor, o hospital vivencia um recomeço. “Tinha muitas dívidas, médicos com salários atrasados. Vamos ver o que pode ser feito daqui para frente”, afirma.

Reflexo – Quem vai rotineiramente ao hospital relata que não houve mudanças no atendimento. “Não melhorou nem piorou. O atendimento é bom, são bem dedicados e não falta nada”, afirma a comerciante Nilma Silva Nascimento, de 49 anos. Ela acompanha a irmã que faz tratamento para câncer de mama.

“Nunca tive problema nenhum aqui. O atendimento é rápido”, conta a aposentada Dirce Fernandes Sabala, de 63 anos. A irmã de Dulce faz tratamento há dois anos contra câncer no estômago.

Diretoria - Na próxima segunda-feira será realizada eleição para definir a nova diretoria. Até mês passado, o comando do hospital era formado por Adalberto Abrão Siufi (diretor-geral), Blener Zan (diretor-presidente) e Wagner Miranda (diretor-financeiro). Eles foram afastados pelo Conselho Curador após a operação da PF. No dia 26, a partir de denúncias do MPE (Ministério Público Eleitoral), a Justiça afastou os três diretores.

O Ministério Público denunciou que os diretores contratavam as próprias empresas para atender o hospital. A Neorad, que pertence a Adaberto Abrão Siufi e Issamir Farias Saffar, recebeu R$ 12,5 milhões em quatro anos. O contrato previa pagamento do valor estipulado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) mais acréscimo de 70%.

Já Blener Zan e Wagner Miranda são donos da Elétrica Zan, empresa que recebeu R$ 26.408 do Hospital do Câncer. Na investigação, que culminou na operação Sangue Frio, o hospital é suspeito de servir de fachada para desvio de dinheiro do SUS. A unidade oferece tanto atendimento privado quanto público e é administrada pela Fundação Carmem Prudente.

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