ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Após susto, criança se recuperam de intoxicação e falam em levar marmita

Aline dos Santos e Francisco Júnior | 28/09/2011 10:00

Rotina nesta quarta-feira é de repouso e ingestão de soro

Mãe conta que Emily desmaiou. "Comecei a vomitar e ter diarréia. Só lembro disso”, conta a aluna de 7 anos. (Foto: João Garrigó)
Mãe conta que Emily desmaiou. "Comecei a vomitar e ter diarréia. Só lembro disso”, conta a aluna de 7 anos. (Foto: João Garrigó)

Repouso e ingestão de soro. Assim deve ser a rotina de centena de alunos da escola municipal de tempo integral Iracema Maria Vicente nesta quarta-feira. Ontem, 180 crianças foram hospitalizadas com sintomas de intoxicação.

Emily Vitória da Silva Ojeda, de 7 anos, conta que comeu de tudo que tinha no cardápio da merenda escolar. “Mas passei mal depois de comer gelatina. Comecei a vomitar e ter diarréia. Só lembro disso”, relata a estudante, que mora a poucas quadras da escola, no bairro Rita Vieira, em Campo Grande.

“Ela foi levada desmaiada”, conta Ivone da Silva, de 40 anos, mãe da menina. A mulher relata ter encontrado um cenário de horror na escola. “As crianças deitadas no chão, mães desmaiando”, diz, ao recordar da aflição que tomou conta dos pais de alunos. Emily foi levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino,

Aliviada, Ivone conta que a filha agora passa bem. “Tenho medo que ela fique traumatizada com tudo o que viu. Não tenho nada contra o ensino, mas já penso em tirar minha filha da escola depois desse susto”.

“Agora vou levar minha marmita”, afirma uma menina de cinco anos, ao escutar a entrevista da avó Sônia Mara Cândido da Silva à reportagem do Campo Grande News.

“Tenho três netos na escola, e o menino de 9 anos passou mal. Fiquei assustada ao ver várias ambulância dos bombeiros”, relata a avó.

A situação também foi um teste para o coração de Raquel Salustiano, de 49 anos. Ela mora ao lado da escola, onde estudam seus três netos. “Foi um horror, meu coração chegou a disparar, nem sabia o que estava acontecendo”, afirma.

Segundo a avó, um neto passou mal e teve que ser levado duas vezes para a UPA Coronel Antonino. “Ele passou mal na escola, e foi levado para lá. Depois, em casa se sentiu mal de novo e tivemos que voltar para o posto”, recorda. Agora, o menino já está melhor. Ele relatou a avó que sentiu mal estar após comer uma gelatina amarela.

Merenda vai passar por análise em laboratório. (Foto: João Garrigó)
Merenda vai passar por análise em laboratório. (Foto: João Garrigó)

Agentes de saúde vão distribuir soro fisiológico nas casas dos estudantes que foram hospitalizados, para assegurar a hidratação das crianças. Ao todo, 180 passaram mal e doze permanecem internados: sete no HU (Hospital Universitário) e cinco no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian.

Hoje, a escola, que está fechada, vai passar por vistoria de equipes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e Vigilância Sanitária. Foram recolhidas amostras dos alimentos servidos para os alunos.

O material foi encaminhado para o Lacen (Laboratório Central) e o resultado sai em até 30 dias. A água também vai passar por análise. O reservatório que abastece a escola estava com a tampa semiaberta. A prefeitura fez boletim de ocorrência para que a Polícia Civil investigue a possibilidade de contaminação intencional.

Ontem, foi servido arroz, feijão, salada de repolho com tomate, farofa de ovo e salsicha, além de gelatina no lanche.

Nos siga no Google Notícias