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Capital

Assassino de professora diz que trocou produtos roubados por droga

Mariana Lopes | 20/06/2012 11:42
Júlio César de Almeida matou a professora com oito golpes de faca (Foto: Simão Nogueira)
Júlio César de Almeida matou a professora com oito golpes de faca (Foto: Simão Nogueira)

Assassino confesso, Júlio César de Almeida, 35 anos, foi preso na noite de ontem (19), após o receptador, Rubens Borges da Silva, 23 anos, tê-lo denunciado à polícia. Ele confessou que matou a professora Juliana Corraleiro da Silva, de 42 anos, na segunda vez que foi à casa dela, na mesma madrugada do dia 8 de junho, no bairro Coophavila II, em Campo Grande, para furtar os aparelhos e trocar por droga.

Na primeira remessa que Júlio levou a Rubens, de acordo com o depoimento do autor prestado à polícia, foram aparelhos de DVD, som, celular e um vídeogame, que foram trocados por 30 pedras de crack. O caso teria parado por ai, se o receptador dos produtos não tivesse pedido também uma TV a Júlio, que voltou à casa e, desta vez, matou a professora com oito golpes de faca.

Segundo o delegado da Derf (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos), Fábio Peró, Júlio disse em depoimento que ele só entrou na casa de Juliana porque todas as luzes estavam apagadas e não havia carro na garagem, então ele imaginou que ela estivesse vazia.

Júlio entrou na casa pela porta dos fundos, que ele arrombou com o pé, pegou os produtos e foi direto para a casa de Rubens, no Jardim Centenário. Quando retornou à residência da professora para pegar a TV, que estava no mesmo cômodo onde ela dormia, Juliana acordou e começou a gritar por socorro.

Assustado e sob efeito de drogas, Júlio correu até a cozinha, pegou uma faca e em seguida desferiu os golpes na professora. “O primeiro que acertei foi na garganta dela”, conta o assassino. Após matá-la, Júlio jogou a faca usada no crime na fossa da casa e foi entregar a TV para Rubens.

Rubens Borges da Silva nega que tenha trocado os aparelhos pela droga (Foto: Simão Nogueira)
Rubens Borges da Silva nega que tenha trocado os aparelhos pela droga (Foto: Simão Nogueira)
Júlio jogou a faca do crime na fossa da casa (Foto: Simão Nogueira)
Júlio jogou a faca do crime na fossa da casa (Foto: Simão Nogueira)

Abuso sexual-Sobre as suspeitas levantadas no dia do crime de que Juliana poderia ter sofrido abusos sexuais, o delegado disse que Júlio negou qualquer violência neste sentido. Segundo Peró, as irmãs da vítima afirmaram que ela sempre dormiu somente com roupas íntimas.

Segundo Peró, o delegado Ivahyr Luiz de Campos, da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do bairro Piratininga, que foi ao local no dia do crime, não solicitou laudo de abuso sexual.

Denúncia-Segundo o delegado Peró, os policiais da Derf chegaram até Rubens através de investigações e denúncias anônimas. Ele foi preso na sexta-feira, quando assumiu ter adquirido os aparelhos de Júlio e contou aos policiais os locais onde ele poderia ser encontrado.

Porém, Rubens alegou ter comprado as aparelhos por R$ 50 e negou a troca pela droga.Ele tem passagem por tráfico de drogas, que terminou de cumprir ainda esse ano. “Eu sabia que as coisas eram roubadas, mas não imaginava que ele teria matado uma mulher por causa disso”, disse Rubens, xingando Júlio de covarde.

A polícia prendeu Júlio na noite de ontem, na mesma rua da casa de Rubens, todo machucado. À imprensa, ele disse que apanhou de amigos do receptador, após a prisão dele.

Júlio, também conhecido por Polaco, é natural de Dourados, e contou à polícia que vive nas ruas de Campo Grande desde os 13 anos. Ele tem passagem por furto, roubo e evasão da colônia penal, onde cumpriu pena até dezembro do ano passado. Neste acaso, ele responde por latrocínio e pode pegar pena de 20 a 30 anos, segundo o delegado Fábio Peró.

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