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Capital

Assassino de taxista chora e diz que intenção era assustar trabalhador

Nadyenka Castro e Viviane Oliveira | 06/09/2011 16:21

Ele estava escondido em uma chácara à beira do rio Aquidauana, onde pescou e ingeriu bebidas alcoólicas

Wesley justifica os tiros dizendo que taxista ofendeu sua namorada. (Foto: João Garrigó)
Wesley justifica os tiros dizendo que taxista ofendeu sua namorada. (Foto: João Garrigó)

” A minha intenção não era matar, tanto é que eu tinha cinco balas e só usei duas. Se eu quisesse matar tinha descarregado [o revólver]”, se defende, aos prantos, Wesley Oliveira dos Santos, de 18 anos, preso na manhã desta terça-feira em um chácara à beira do rio Aquidauana, no município de mesmo nome, no distrito de Piraputanga.

Wesley é apontado como autor dos disparos de tiros que mataram o taxista Daniel Manoel Dudu, no dia 26 de agosto deste ano, no Jardim Nascente do Segredo, em Campo Grande. Ele justifica os tiros dizendo que flagrou o ofendendo xingando sua namorada, a adolescente de 17 anos, a qual está apreendida.

Wesley e a menor de idade moram juntos e têm uma filha de quatro meses. O crime aconteceu quando eles retornavam para casa após terem passado a noite do dia 25 e a madrugada fora.

Segundo o rapaz, enquanto sua namorada assistia ao show que era realizado no estádio Morenão, ele ficou do lado de fora onde fez uso de entorpecente, “cheirando pó”, nas palavras dele, e ingeriu bebidas alcoólicas.

Ao fim do evento, o casal entrou no táxi e pediu corrida até o bairro onde moram. Lá, Daniel foi morto. Segundo a Polícia Civil, os jovens não tinham dinheiro para pagar o serviço. Na versão de Wesley, o trabalhador xingou sua namorada.

O autor- De acordo com a Polícia Civil, o autor disse que tinha no bolso R$ 20 e a corrida custou R$ 48. Diante disso, falou para o taxista que iria em casa pegar o restante da quantia.

Na versão do autor, o trabalhador aceitou, mas, na condição de que a garota esperasse dentro do carro. E assim foi feito.

Além do dinheiro, Wesley também pegou a arma de fogo, que, segundo ele, é utilizada para defesa pessoal, pois tem desafetos no bairro. Ao chegar no veículo, flagrou Daniel xingando a adolescente.

Crime aconteceu no Jardim Nasccente do Segredo. No asfalto ficaram as manchas de sangue. (Foto: Simão Nogueira)
Crime aconteceu no Jardim Nasccente do Segredo. No asfalto ficaram as manchas de sangue. (Foto: Simão Nogueira)

Alegando que não admite ofensas à mãe da filha dele, Wesley e o taxista discutiram. Na versão do autor, Daniel saiu do veículo e fez menção de estar armado. Foi quando Wesley virou de costas e disparou dois tiros, os quais acertaram a cabeça de Daniel. A Polícia Civil não acredita nesta versão do autor.

Fuga- Após os disparos, o assassino do taxista conta que fugiu em uma bicicleta e foi para a casa da avó, que foi quem contou a ele que Daniel havia morrido. A avó ainda disse que o autor parecia com ele.

Conforme Wesley, após isso, ele foi para um matagal próximo à UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), onde ficou escondido por dois dias. Os últimos 10 ficou na chácara, cujo caseiro é amigo do tio dele.

O delegado responsável pelas investigações, Weber Luciano de Medeiros, conta que viu Wesley pescar, ingerir bebidas alcoólicas, demonstrando estar tranquilo.

Segundo o delegado, o jovem poderia fugir em meio ao mato ou pelo rio e por isso foi feito monitoramento das atividades dele e diante disso traçada a estratégia de prisão, feita por volta das 5h30min desta terça-feira.

Arrependido - Chorando, Wesley disse estar arrependido “de ter matado um trabalhador”. Ele falou por várias vezes que não tinha intenção de cometer o homicídio, apenas de dar um susto no taxista.

O rapaz será indiciado por homicídio qualificado pelo motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Ainda faltam quatro laudo para finalizar o inquérito, que deve ser fechado em 10 dias: de exame necroscópico, pericial, de local de crime e papiloscópico.

A arma utilizada no assassinato ainda não foi localizado. Wesley disse que a jogou nas proximidades de sua casa.

O tio e o caseiro que ajudaram na fuga do autor do homicídio vão responder por favorecimento pessoal. Wesley tem várias passagens pela Polícia quando era adolescente, entre elas tráfico, roubo e lesão corporal.

Protesto- Após o assassinato de Daniel, o qual já pensava em se aposentar, taxistas protestaram por mais segurança no trabalho. Depois disso, a Policia Militar iniciou nesta semana trabalho específico voltado ao setor.

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