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Capital

Assentados e indígenas serão foco de Plano Nacional de Segurança Alimentar de MS

Flávia Lima e Leonardo Rocha | 05/08/2015 10:14
Objetivo do Plano de Segurança Alimentar também é incentivar a produção local. (Foto:Divulgação)
Objetivo do Plano de Segurança Alimentar também é incentivar a produção local. (Foto:Divulgação)

Famílias de assentados, pequenos produtores e indígenas serão o foco do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional de Mato Grosso do Sul, lançado na manhã desta quarta-feira (4), em Campo Grande. A solenidade contou com a presença da vice-governadora e titular da Sedhast (Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho), Rose Modesto, do representante nacional da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, Arnoldo de Campos e do coordenador geral de apoio ao Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, Élcio de Souza Magalhães.

O objetivo do plano é erradicar a pobreza extrema e fortalecer pequenos agricultores no Estado, com ênfase na agroecologia e ampliação de mercado. O lançamento aconteceu durante a abertura da 4ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Mato Grosso do Sul, que está sendo realizado na escola de Assistência Social, no bairro Guanandi.

Segundo Rose Modesto, só de famílias indígenas o plano deve atender 15 mil em Mato Grosso do Sul, sendo que grande parte reside em locais de difícil acesso. Para que as ações cheguem até elas, a vice-governadora convocou os gestores e prefeitos a criarem o conselho de Segurança Alimentar Municipal nas cidades onde ainda não exista o órgão. "Com isso o município pode receber os recursos do governo e das União para ajudar essas famílias", ressaltou.

A vice-governadora comentou que o plano é pioneiro no Estado e visa fomentar a pequena agricultura da comunidade urbana, das rurais e povos tradicionais para que exista uma melhor distribuição de alimentos no Estado. "Temos oito grandes metas a serem cumpridas e o objetivo maior é erradicar a pobreza extrema”, afirmou.

No Estado, apenas seis cidades, incluindo a Capital, dispõem desse Conselho. Ainda conforme Rose Modesto, o governo pretende fomentar junto a essas famílias que estão na linha da pobreza, a comercialização desses produtos para ajudar na renda familiar. Ela destaca que 80% dos produtos hortifrutigranjeiros consumidos no Estado vem de outras regiões do país, por isso considera fundamental criar ações que viabilizem o aumento da produção estadual de alimentos.

"Temos uma área tão extensa. O governo precisa encontrar estratégias para ampliar a produção no próprio Estado", disse.

Já Arnoldo de Campos destacou que é preciso organizar as ações federais com o Estado e municípios para que a distribuição do alimentos e benefícios, como cestas básicas, cheguem a todas as famílias de assentados, pequenos produtores e indígenas. "Às vezes acontece desse alimento não chegar aos locais mais afastados e às vezes a mesma família recebe duas vezes o benefício", revelou.

Para resolver essa logística, ele considera importante a coordenação das ações para que a distribuição ocorra de forma igualitária. "Os governos precisam ter essa capacidade de distribuição, que começa com um cadastro bem feito", disse.

Arnoldo destacou que o governo federal vai disponibilizar R$ 6 milhões por ano para serem aplicados na assistência técnica dessas famílias. No momento, 1,4 mil já são atendidas e a meta é que mais 3 mil passem por essa formação técnica até o final do semestre.

"É importante essas famílias receberem orientação para que realizem as técnicas de forma correta e melhorem a produção", explica.

Qualidade - Na segunda etapa do encontro, que acontece até esta quinta-feira (5), os gestores e representates do governo federal discutirão sobre a qualidade da alimentação. Segundo Arnoldo, em Mato Grosso do Sul, 54% da população está acima do peso, sendo que 30% corresponde a crianças. Ele considera a situação grave, já que o excesso de peso pode levar ao desenvolvimento de doenças como o diabetes e problemas cardiovasculares.

"Precisamos aumentar a orientação e até oferta de alimentos saudáveis. Primeiro é preciso tirar essas famílias da pobreza e depois orientá-las quanto a alimentação correta", ressalta.

Durante os dois dias de Conferência haverá palestras, discussões sobre os Eixos Temáticos da Conferência e a aprovação da Carta Política de Mato Grosso do Sul com propostas a serem encaminhadas à Conferência Nacional, além da eleição para escolha dos delegados governamentais e não-governamentais que representarão Mato Grosso do Sul na 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que acontece entre os dias 3 a 6 de novembro, em Brasília.

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