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Capital

Ataque de fúria de cadeirante expõe preconceito e dificuldade nos ônibus

Alan Diógenes | 16/05/2015 10:24
Ediane diz que motoristas não param para cadeirantes. (Foto: Marcos Ermínio)
Ediane diz que motoristas não param para cadeirantes. (Foto: Marcos Ermínio)
Reginaldo reclama de falta de respeito dentro do coletivo. (Foto: Marcos Ermínio)
Reginaldo reclama de falta de respeito dentro do coletivo. (Foto: Marcos Ermínio)

Após um o cover do Raul Seixas, de 58 anos, cadeirante, quebrar o vidro da porta dianteira e trincar o para-brisa de um ônibus que não parou para ele embarcar, um questionamento surgiu: Será que os usuários com algum tipo de deficiência física está sendo tratados com preferência pelos motoristas? Alguns cadeirantes alegam que não. Eles reclamam do desrespeito e falta de mobilidade nos pontos do transporte coletivo.

É o caso da aposentada Ediane Castro Ferreira, 34 anos, que utiliza o serviço três vezes na semana para ir ao médico. “Quando para, os motoristas tratam a gente com ignorância porque acham que fizemos eles perderem o tempo. Isso é um absurdo e dá muita raiva. Cadê nosso direito gente”, explicou.

A cadeirante reclama da má conservação dos veículos. “Os elevadores estão sempre com defeitos. Esses ônibus articulados são os piores, além de estarem estragos, são lotados e os motoristas quando enxergam um cadeirante passa reto. Olha só vivendo na pele para saber o que a gente passa”, comentou Ediane.

Marido de Ediane, o servente de pedreiro Edson Antônio da Silva, 60, que acompanha a mulher, também destaca outro tipo de desrespeito. “Dentro do ônibus as pessoas não respeitam, vai passando por cima da cadeira de rodas. Tem muita gente mal educada viu, Deus me livre”, destacou.

O servente de pedreiro Reginaldo Gonçalves da Silva, 50, disse que passa pela mesma situação. Ele sofreu uma tentativa de assalto, foi baleado três vezes e acabou ficando sem andar. Há seis meses passa por dificuldades na hora em que vai fazer as fisioterapias, duas vezes por semana.

“Tem motorista que fica bravo quando vê cadeirante e age de forma grosseira com a gente. Sem falar que não existe mobilidade para nós cadeirantes, é preciso colocar mais rampas de acesso nesta cidade”, salientou.

Ele afirmou que também existe muita descriminação por parte dos outros usuários. “Tem gente que não quer sair do lugar reservado para os cadeirantes, olha e feio, as vezes tem que insistir para saírem. Me sinto muito constrangido e hoje sinto na pele o que os cadeirante passam”, apontou.

Sua esposa, Rosaléia Rodrigues, 48, teve que sair do serviço para cuidar dele. Ela também sente na pele o que os cadeirantes passam. “Nossa a gente fica mais de uma hora nos pontos esperando um ônibus, porque a maioria dos motoristas não param”, finalizou.

O Campo Grande News entrou em contato com o Consórcio Guaicurus, empresa responsável pela administração do transporte coletivo da Capital, mas as ligações não foram atendidas.

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