ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Auditoria da Sesau culpa ex-secretário por "todas as mazelas na saúde"

Ricardo Campos Jr. | 23/01/2015 14:32
Ex-secretário de Saúde é investigado por uma série de irregularidades (Foto: Arquivo)
Ex-secretário de Saúde é investigado por uma série de irregularidades (Foto: Arquivo)

Inquérito civil público, instaurado a partir de um relatório da Sesau encaminhado ao MPE (Ministério Público Estadual), apura eventuais atos de improbidade administrativa praticados pelo ex-secretário de Saúde de Campo Grande, Ivandro Fonseca. Entre os problemas denunciados estão subtração de documentos públicos, problemas em licitações que não foram concluídas por falta de assinaturas, falta de medicamentos nos postos de saúde, entre outras.

Conforme os autos, a Sesau aponta o ex-gestor como sendo o responsável pelas ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) que estão quebradas, déficit de profissionais nos postos de saúde, além da falta de remédios, luvas, sondas uretrais, esparadrapos, copos para água, papel higiênico, receituários, pedidos de exames, demora no atendimento, desmotivação da equipe, falta de valorização dos servidores públicos, falta de educação continuada e equipamentos quebrados, como máquinas de raios-X e ultrasson.

O ofício que relata esses problemas e os atribui a Ivandro é assinado pelo procurador-geral do Município, Fábio Castro Leandro, foi entregue no dia 12 de maio de 2014 e pede “que sejam tomadas as medidas cabíveis para a apuração de improbidade que acabou prejudicando o erário público bem como o bom andamento da máquina administrativa por inércia, má gestão e omissão”.

Sindicâncias foram abertas dentro da Sesau para encontrar os problemas e também apurar as responsabilidades. O relatório narra o que já foi descoberto e também informa as medidas que foram tomadas pela atual gestão para resolver tais questões, como por exemplo, a compra e conserto de materiais.

Ainda de acordo com os documentos anexados ao inquérito, gestores de Olarte relataram ter assumido diante de um “caos administrativo”, tendo em vista que havia 46 processos administrativos feitos pelo ex-secretário, masque não foram concluídos por falta de assinatura.

Pesquisa feita pela secretaria constatou que houve também problemas na fiscalização de prestação de serviços terceirizados para limpeza e conservação dos postos. O contrato com a empresa previa 320 funcionários, mas ela destinava apenas 271 para o trabalho.

O projeto Oficina do Saneamento, que atende pessoas pobres sem condições de acesso à rede de esgoto, está parado, sem projeto, já que não tem recursos. Outro problema é com relação a uma nota fiscal da manutenção feita em processadoras de filmes de raios-X no valor de R$ 14,9 mil. No entanto, segundo o Setor de Transporte, Manutenção e Segurança da Sesau, o órgão não usa esse tipo de equipamento e “há dúvidas quanto ao fornecimento das peças”.

No dia 25 de março, a prefeitura encaminhou ofício a Ivandro pedindo que ele comparecesse à pasta para completar os procedimentos abertos por meio da assinatura dos contratos. O pedido não foi atendido. No dia 26, foi realizada uma nova solicitação ao ex-gestor.

O MPE oficiou Evandro a apresentar informações e documentos com relação ao que foi apontado com prazo de 15 dias para resposta no dia 26 de junho de 2014. No dia 22 de julho, o advogado do ex-secretário pediu mais prazo, o que foi atendido. Entretanto, o prazo venceu e nada foi encaminhado.

O Campo Grande News tentou contato com o ex-gestor e com Wilton Acosta, advogado que aparece nos autos como representante dele. Ambos não atenderam às ligações. Até a publicação desta reportagem, não houve retorno.

Nos siga no Google Notícias