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Capital

Aulas voltam em fevereiro, mas mato e sujeira em creches ainda preocupam

Flávia Lima | 25/01/2016 14:53
No Ceinf São Francisco de Assis o mato toma conta da calçada em torno da escola e na entrada. (Foto:Fernando Antunes)
No Ceinf São Francisco de Assis o mato toma conta da calçada em torno da escola e na entrada. (Foto:Fernando Antunes)
Na rua lateral ao Ceinf Ramza Ramirez, no Dom Antônio Barbosa, aconteceu o descarte até de aparelho de televisão. (Foto:Fernando Antunes)
Na rua lateral ao Ceinf Ramza Ramirez, no Dom Antônio Barbosa, aconteceu o descarte até de aparelho de televisão. (Foto:Fernando Antunes)

Com o início das aulas nos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) e nas escolas municipiais de Campo Grande marcado para os próximos dia 11 e 15 de fevereiro, respectivamente, várias unidades ainda apresentam sujeira e mato alto, inclusive na área externa, o que causa preocupação nos pais e moradores quanto a existência de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Em alguns Ceinfs o matagal chega a tomar conta da área reservada aos brinquedos do parquinho. É possível verificar, inclusive, a presença de sacos plásticos e potes que podem acumular água.

Na semana passada, o Campo Grande News já havia flagrado um terreno baldio ao lado do Ceinf José Ramão Cantero, que está tomado por mato e lixo. A área é usada como depósito de entulhos, material jogado pelos próprios moradores.

Um dos Ceinfs visitados pela reportagem na manhã desta segunda-feira (25) foi o Ramza Ramirez, localizado no Bairro Dom Antônio Barbosa, uma das regiões com maior incidência do mosquito na Capital, segundo levantamento da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

No local, a preocupação é com o mato e os entulhos jogados no entorno da escola. Segundo a dona de casa Maria Helena Martins, no fim de semana foi descartado até um aparelho de televisão na esquina do Ceinf, que está com a rua tomada pelo mato.

Como as peças estão separadas, alguns itens, como a carcaça do aparelho podem acumular água, propiciando a formação de focos do mosquito.

"Faz mais de um ano que ninguém da prefeitura vem limpar aqui. São os próprios moradores que às vezes retiram o excesso de lixo. O problema é que sempre colocam fogo", reclama a dona de casa, que em 2015 diz ter sido vítima duas vezes da dengue, contraindo, inclusive, a hemorrágica. "Fiquei muito mal e precisei ser internada", conta.

A informação de que a limpeza no entorno da escola não é feita há meses também é confirmada pela dona de casa Luzia Galeano. "A gente se preocupa porque tem muita dengue no bairro e o certo seria passar máquina nesse mato para a limpeza durar mais", diz.

No Bairro Guanandi a situação também é a mesma. O matagal toma conta do parquinho do Ceinf São Francisco de Assis, na Rua Itapura, mas a situação é mais crítica do lado de fora, que está repleto de mato.

Dona de um comércio ao lado da escola, a comerciante Roseli Queiroz diz que a manutenção no local é feita com frequência, mas desde novembro nenhum funcionário da prefeitura apareceu para aparar o mato. "Mesmo sem aula precisaria da manutenção porque a gente tem medo da dengue", ressalta.

Ela revela que semana passada os agentes de endemias visitaram o bairro e informaram que não há incidência no bairro, porém aconselharam os moradores a manterem vigilância quanto aos terrenos e quintais sujos. "Sempre tem aquelas pessoas sem consciência, por isso quando começa a acumular sujeira em algum lugar a gente se preocupa", diz Roseli.

A dona de casa Maria Helena Martins reclama da falta de bom senso da população, que joga lixo próximo a escola. (Foto:Fernando Antunes)
A dona de casa Maria Helena Martins reclama da falta de bom senso da população, que joga lixo próximo a escola. (Foto:Fernando Antunes)
A comerciante Roseli Queiroz diz que Ceinf recebe manutenção permanente, mas diz que há pelo menos três meses mato não é cortado. (Foto:Fernando Antunes)
A comerciante Roseli Queiroz diz que Ceinf recebe manutenção permanente, mas diz que há pelo menos três meses mato não é cortado. (Foto:Fernando Antunes)

Manutenção - No entanto, a poucos metros do Ceinf, a limpeza já foi feita nas escolas municipais Harry Amorim Costa e Plínio Mendes dos Santos. Todo o entulho e lixo foi retirado das unidades e depositado ao longo do quarteirão, para que os os caminhões da prefeitura façam o recolhimento dos galhos e sacos de lixo.

No Ceinf da Vila Nha Nha a limpeza também já teve início. Na manhã esta segunda-feira, uma equipe de pelo menos cinco funcionários terceirizados preparava as máquinas para cortar a grama da escola, incluindo o entorno do quarteirão.

Um dos funcionários que preferiu não se identificar, ressaltou que também será feito serviço de pintura e reparos em portas e janelas quebrados.

A assessoria da Prefeitura informou que desde o dia 11 de janeiro as equipes iniciaram a limpeza nas escolas da rede municipal e, até o momento, em torno de 30 unidades receberam manutenção. A assessoria garante que todas as escolas que necessitarem de reparos e limpeza serão atendidas até o início do ano letivo e estarão aptas para receber os alunos.

A rede municipal conta com 98 Ceinfs e 94 escolas de Ensino Fundamental.

Mutirão - No fim de semana houve mutirão nos bairros Lageado, Dom Antônio Barbosa, Parque do Sol e região, considerados os campeões em infestação do mosquito na Capital. O trabalho foi para atender reclamações de moradores sobre sujeira em terrenos baldios, ruas intransitáveis e abandono de escolas e Ceinfs.

Em Campo Grande, foram notificados no mês de janeiro 2.385 casos de dengue, 330 de zika virus e 60 notificações de chikungunya, sendo que de dengue foram registrados dois casos graves.

No Ceinf da Vila Nha Nha, equipes de manutenção da prefeitura iniciaram os trabalhos nesta segunda-feira. (Foto:Fernando Antunes)
No Ceinf da Vila Nha Nha, equipes de manutenção da prefeitura iniciaram os trabalhos nesta segunda-feira. (Foto:Fernando Antunes)
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