ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 21º

Capital

“Eu avisei que sistema era vulnerável”, diz homem que furtou R$ 360 mil do SESI

Ana Paula Carvalho e Viviane Oliveira | 09/09/2011 16:32
Mário Dias Neto furtou R$ 360 mil do SESI. (Foto: Simão Nogueira)
Mário Dias Neto furtou R$ 360 mil do SESI. (Foto: Simão Nogueira)
Homem gastou mais de R$ 200 mil com carro e moto. (Foto: Simão Nogueira)
Homem gastou mais de R$ 200 mil com carro e moto. (Foto: Simão Nogueira)

Mário Dias Neto, de 30 anos, foi apresentado nesta tarde pelo Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). Ele confessou ter furtado R$ 360 mil do SESI em uma transação bancária.

O homem, especialista em tecnologia da informação diz ter trabalhado no Sesi Fiems por um ano e avisou que o sistema era vulnerável. “Eu fiz isso para provar que o sistema era falho”, afirma. Mas isso foi só no inicio, depois que viu o dinheiro na conta, sabendo que seria preso, ele resolveu gastar rápido o dinheiro.

Mário passou dois dias decifrando códigos, até conseguir burlar o sistema bancário e transferir o dinheiro que seria usado na compra de caminhonetes para a conta dele. Ele relata que a principio não acreditou que conseguiria, mas que quando conseguiu, não sabia “se ria ou chorava”.

Para ele, a maior falha foi do Banco do Brasil que não conferiu a lista de pagamento de fornecedores antes de efetuar o pagamento.

Compras - No dia 04 de agosto, foi feito o primeiro saque. Ele comprou um minicooper no valor de R$ 130 mil e uma moto esportiva Yamaha R1, que com todos os acessórios que ele colocou, está avaliada em R$ 80 mil. Depois Mário viajou para Bonito onde ficou hospedado em um dos hotéis mais caros da região. O técnico em informática também viajou para Curitiba, onde assistiu um jogo do Atlético Paranaense.

Quando foi preso, na conta dele havia apenas R$ 20 mil dos R$ 360 mil que furtou.

Ele foi preso na última terça-feira pelo Garras em casa na Vila Glória. Foi de lá que o homem fez a transferência. Todos os computadores que estavam no local foram apreendidos para ser periciados.

De acordo com o delegado Roberval Maurício, os bens comprados por Mário serão encaminhados ao judiciário, já que há três vítimas nessa transação: o SESI, o Banco do Brasil e a Kampai que não recebeu pelas caminhonetes que vendeu.

Ainda de acordo com o delegado, esse crime chamou a atenção porque o acusado conseguiu burlar o sistema de uma instituição financeira. Ele será indiciado pelo crime de furto mediante fraude.

O advogado Rodrigo César Nogueira afirmou que pedirá a liberdade provisória de Mário ainda hoje. A prisão temporária vai até domingo.

O acusado trabalha em TI há 10 anos, é formado em Ciência da Computação em Curitiba e diz que vem de uma família de classe média. Que teve uma infância privilegiada.

O caso - O furto veio à tona no começo de agosto. O Sesi transferiu R$ 360 mil para a empresa Kampai Motors Ltda. Mas o dinheiro, referente à compra de três caminhonetes, não caiu na conta da concessionária.

O advogado da Casa de Indústria que autorizou a transferência pediu esclarecimentos ao Banco do Brasil. A instituição bancária informou que a transferência foi efetivada para a conta de pessoa física, apesar de a operação ter que ser realizada em nome de pessoa jurídica. O advogado denunciou o sumiço do dinheiro à polícia.

Ele também pediu restituição imediata do valor. Depois da mesma operação, outra movimentação de R$ 120 mil foi realizada na mesma conta e agência a que se destinava o primeiro depósito.

Nos siga no Google Notícias