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Capital

Bairro todo sabia de incesto, dizem vizinhos de pai que abusava de filha

Viviane Oliveira e Ana Paula Carvalho | 25/10/2011 18:23

O homem confessou que mantinha relações sexuais com a filha de 17, desde quando ela tinha 11 anos de idade

Menina de dois anos, filha de uma jovem de 17 anos, teve material genético coletado para exame de DNA.
Menina de dois anos, filha de uma jovem de 17 anos, teve material genético coletado para exame de DNA.
Rua no jardim Centro Oeste, onde mora acusado de incesto. (Fotos: João Garrigó)
Rua no jardim Centro Oeste, onde mora acusado de incesto. (Fotos: João Garrigó)

“Todo mundo aqui no bairro já sabia da história”, dizem vizinhos da jovem de 17 anos que suspeita ter uma filha de dois anos do próprio pai, um funileiro de 42 anos, na rua Jardel Filho, no Jardim Centro Oeste, em Campo Grande.

Uma moradora de 50 anos que não quis se identificar, disse que desde que a menina nasceu, há boatos no bairro que a criança era do próprio avô. “Eu já sabia que a qualquer momento está bomba iria estourar”, afirma a vizinha.

Segundo ela, conhece a família há mais de 12 anos. O funileiro morava com os oito filhos que tem com a mesma mulher, o filho mais novo do casal tem três anos. Eles estão separados desde janeiro desse ano. Ela se casou novamente e mudou para a casa em frente onde moravam.

A mulher que está grávida de oito meses do novo casamento disse que não sabia que as filhas eram violentadas pelo pai. “Estou abalada com esta história”, disse a mulher. Segundo ela, sempre perguntou para a filha de 17 anos sobre o pai da criança e ela nunca quis falar.

A aposentada de 61 anos conta que mesmo ouvindo os boatos na redondeza foi uma surpresa quando viu a notícia nos jornais. “Eu fico mais surpresa ainda da mãe falar que não sabia de nada. Todo mundo do bairro comentava”, argumenta.

A casa que o homem morava com os filhos, funcionava como uma funilaria na frente. No total moram na residência 10 pessoas, uma delas uma jovem de 19 anos casada com um dos filhos mais velho do casal. Ela disse que não passava pela cabeça que o sogro estuprava as adolescentes. “Moro aqui há sete meses nunca desconfiei de nada”.

Com a prisão do funileiro o clima na região é que a justiça foi feita. “A menina é a cara dele, pode não ser filha. Mas ele tem que pagar pelo que fez com as próprias filhas, finaliza uma moradora.

DNA - A menina de dois anos, filha de uma adolescente, de 17 anos, colheu material genético nessa terça-feira (25) para um exame de DNA que vai indicar se ela, na verdade, é filha do avô.

O funileiro foi preso ontem à tarde (24) após uma denúncia anônima de que ele abusava sexualmente das filhas. Ele confessou que mantinha relações com a mais velha, uma menina de 17 anos, desde quando ela tinha 11 anos de idade.

A adolescente e a irmã dela, de 13 anos, afirmaram sofrer os abusos. A de 17 disse, ainda, que ficou grávida aos 15 anos e que a criança é filha do “avô”. Ele também acredita que seja o pai biológico da “neta”. Ela desconfia que está grávida do pai pela segunda vez.

De acordo com a delegada Alexandra Fávaro, responsável pelas investigações, a denúncia surgiu porque um vizinho da família que mora no mesmo bairro, ao perceber a semelhança da criança com o funileiro desconfiou dos abusos.

Além da criança, o pai e a mãe das adolescentes também colherem material. As três meninas, filhas do casal, de 17, 13 e 11 anos passaram por exames de corpo de delito.

Na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) a menina de onze anos, negou que o pai tenha mantido relações sexuais com ela, mas disse que era constantemente agredida por ele. Todos os filhos do casal, menos um jovem de 18 anos, militar do exército, estão em um abrigo do SOS criança.

O jovem esteve na delegacia para conversar com o pai. Segundo a delegada, ele estava bastante nervoso e chorou muito.

Os outros meninos de três, cinco, oito e onze anos ainda serão ouvidos. A delegada investiga se a mãe deles sabia dos abusos. Ela nega, mas há indícios de que ela tivesse conhecimento do que acontecia.

O homem teve a prisão preventiva decretada e está em uma cela da DERF (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).

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