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Capital

Brincadeira perigosa, cerol em pipas será alvo da Guarda Municipal

Flávia Lima | 14/07/2015 17:27
Edgard postou no Facebook fotos dos ferimentos que teve no pescoço. (Foto: Facebook)
Edgard postou no Facebook fotos dos ferimentos que teve no pescoço. (Foto: Facebook)

A chegada do período de férias escolares traz um problema recorrente, que costuma vitimar motociclistas e ciclistas que circulam principalmente pelas ruas de bairros da Capital: o uso de cerol em linhas de pipas, uma brincadeira antiga, mas que ainda cativa muitas crianças.

No entanto, sem a supervisão dos pais, a brincadeira deixa de ser inocente e coloca em risco a vida dos condutores de moto que não observam as pipas e podem acabar com ferimentos no pescoço e rosto, já que a linha contém uma mistura de vidro moído, utilizada pelas crianças para cortar a linha das pipas adversárias” em uma competição.

Foi o que aconteceu nesta segunda-feira (13) com o motociclista Edgard Nascimento, que sofreu ferimentos no pescoço ao ser atingido por uma linha com cerol. Revoltada com a atitude das crianças, a irmã de Edgard, Gabriela Santos, fez um alerta em sua página no Facebook e postou as fotos do pescoço do irmão com os ferimentos.

Na postagem, ela faz um alerta e pede atenção a quem trafega pelos bairros de Campo Grande. Para coibir essa prática, a Guarda Municipal vai realizar, nos próximos dias, ação para repreender o uso do cerol em linhas de pipas.

De acordo com o secretário municipal de Segurança, Valério Azambuja, a fiscalização será feita pela Guarda Municipal, que vai atuar em todas as regiões da cidade, conforme a distribuição das bases operacionais.

As ações serão concentradas principalmente nas ruas e praças e também vai verificar o uso de um novo tipo de linha, batizada de “chilena”, também preparada com material cortante.

Segundo Valério Azambuja, quando observarem alguém soltando pipa, os guardas farão a abordagem para checar se há a aplicação de cerol nas linhas. A pessoa será orientada quanto aos riscos e, caso ocorra o flagrante, haverá encaminhamento às autoridades policiais no caso de maiores de 18 anos. “O que se recomenda é que façam uso deste lazer, mas sem colocar a vida de outra pessoa, ou a sua própria em risco. Vamos orientar os cidadãos e coibir intensivamente o uso destas substâncias”, ressalta Azambuja.

O guarda municipal Elton Santos explica que a linha de cerol ou a linha chilena são difíceis de serem visualizadas, principalmente à noite, o que facilita a ocorrência de acidentes envolvendo os motociclistas. “Na moto o condutor fica mais vulnerável, já que a linha tem alto poder de corte.Se alcançar o pescoço, o corte pode ser fatal”, diz.

O secretário alerta que a venda do produto é proibida e quem comercializa o material pode ser preso e pagar multa. ”A Guarda vai voltar seus esforços para autuar também quem vende esses materiais”, destaca Valério Azambuja.
De acordo com o tenente- coronel Hudson Faria de Oliveira, do Corpo de Bombeiros, a maioria dos casos não é relatada à corporação, que oficialmente registrou apenas um caso ano passado e um este ano. “Como geralmente os cortes não são graves, as pessoas não chamam socorro e fazem o curativo em casa”, explica.

No entanto, mesmo nos casos onde não houver gravidade nos ferimentos, ele aconselha a vítima a acionar o Corpo de Bombeiros, para que a ocorrência seja registrada. “Sabemos que o número de feridos devido a essa brincadeira com cerol cresce nos períodos de férias por experiência, por isso fazemos um alerta aos pais para que cuidem dos filhos que ficam em casa sozinhos nas férias”, ressalta.

A orientação é para ligar no 193 e procurar estancar o sangramento, além de imobilizar a vítima. Já para denunciar quem estiver utilizando o cerol, os telefones são o 153 e 199, da Guarda Municipal.

Em janeiro, quando foi feita ação semelhante, os guardas municipais apreenderam, em apenas quatro dias, 76 carretéis e 96 pipas.

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