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Capital

Burocracia municipal emperra e filial do Hospital do Câncer fica fechada

Aline dos Santos | 06/02/2014 14:37
Na recepção, funcionários estão à espera dos pacientes. (Foto: Marcos Ermínio)
Na recepção, funcionários estão à espera dos pacientes. (Foto: Marcos Ermínio)

De um lado, funcionários a postos, R$ 7 milhões em equipamentos e uma unidade novinha para diagnóstico do câncer. Do outro, pacientes à espera de exames. No meio do caminho, a burocracia do município.

A situação retrata o cenário na filial de Campo Grande do Hospital de Câncer de Barretos, referência nacional no tratamento contra a doença.

O Instituto de Prevenção Antônio Morais dos Santos, fruto de doação de R$ 12 milhões do empresário, foi inaugurado no dia 14 de agosto de 2013. Porém, quase seis meses depois continua fechado. Por ano, a capacidade é de 40 mil exames.

De acordo com o diretor de unidades externas do Hospital de Barretos, Raphael Luiz Haikel Júnior, o atraso é devido a pendências burocráticas com o município. Na próxima semana, é aguardada nova vistoria da Vigilância Sanitária. “Mas até o fim do mês vamos começar a atender”, diz o diretor.

Da recepção, com suas 68 cadeiras ainda vazias, ao centro cirúrgico, a unidade já está 100% pronta. “Os funcionários foram treinados no hospital em Barretos. Os técnicos em radiologia ficaram quase três meses lá”, afirma o diretor. São 47 funcionários.

Comprado por US$ 400 mil, o aparelho para mamografia é digital. “Melhora a visualização, a imagem tem mais qualidade, definição. Isso significa achar câncer cada vez menor, que conseguimos curar. É a detecção precoce do câncer”, explica Raphael Júnior, sobre a importância de aparelhos de última geração no tratamento da doença.

Na mesa para biópsia na mama, a paciente fica deitada. Ou seja, ela terá mais conforto e não precisará assistir ao procedimento. A mesa foi adquirida por US$ 200 mil.

Por todas as salas dedicadas a exames de mamografia e papanicolau, este para diagnosticar câncer no colo do útero, a estrutura lembra a de clínicas particular e o cor de rosa, um alívio visual, em meio a tantos aparelhos, se espalha pelos lençóis e detalhes nas portas. Na sala para bióspia,a cadeira é eletrônica, permitindo maior conforto para a paciente.

Aparelho de mamografia é digital e custou 400 mil dólares. (Foto: Marcos Ermínio)
Aparelho de mamografia é digital e custou 400 mil dólares. (Foto: Marcos Ermínio)
Mesa para biópsia dá mais conforto à paciente. (Foto: Marcos Ermínio)
Mesa para biópsia dá mais conforto à paciente. (Foto: Marcos Ermínio)

Com o atendimento 100% SUS (Sistema Único de Saúde), a unidade fará, diariamente, 100 mamografias e 150 exames de papanicolau. Todas as imagens serão arquivadas, permitindo rastreamento da doença na população feminina.

Como vai funcionar – O diretor explica que a filial não será portas abertas, ou seja, não basta ir ao local para ter acesso ao exame. O paciente deve procurar a Unidade Básica de Saúde, que fará o agendamento. A unidade vai começar atendendo a região do bairro Aero Rancho.

A mamografia será para mulheres com idade entre 40 e 69 anos. Já o preventivo para mulheres entre 25 e 69 anos. “E uma unidade de diagnóstico. Vamos fazer a prevenção. Não vai ter quimioterapia e radioterapia”, diz o diretor.

Quando diagnosticado, o paciente será encaminhado ao tratamento na rede pública de saúde. Por meio de um aparelho de videoconferência, que custou R$ 40 mil, os exames podem ser compartilhados com o corpo clínico do hospital em Barretos.

Segundo o diretor, unidade deve começar a funcionar no fim de fevereiro. (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo o diretor, unidade deve começar a funcionar no fim de fevereiro. (Foto: Marcos Ermínio)

Já a unidade móvel, uma carreta preparada para exames, vai começar a atender na região das Moreninhas. Mas, por enquanto, está parada no estacionamento da unidade fixa, localizada na Avenida Thyrson de Almeida, no Aero Rancho.

“Depois dessa, fizemos mais três carretas, que já estão trabalhando”, afirma Raphael Júnior. O custo mensal será de R$ 300 mil. Metade do valor será pago pelo SUS. Na inauguração, o doador, que faleceu em dezembro de 2013, se comprometeu a custear o valor restantes. Depois, a unidade vai pedir doações para manter a estrutura de atendimento.

Expansão – A unidade tem perspectivas de ampliar o atendimento para exames de câncer de pele e próstata. Além de ter capacidade para, futuramente, fazer exames para estômago e intestino.

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