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Capital

Burocracia na autorização de exames impede militar de realizar cirurgia

Elverson Cardozo | 05/07/2012 09:33
Militar enfrentou o mesmo problema há 3 anos, quando precisou realizar os exames pela primeira vez. (Foto: Minamar Junior)
Militar enfrentou o mesmo problema há 3 anos, quando precisou realizar os exames pela primeira vez. (Foto: Minamar Junior)

Imagine só a situação: Você paga mais de R$ 500,00 em um plano de saúde e quando precisa de atendimento se vê no meio de uma burocracia. “Você se sente sem apoio, dá a impressão de que o problema é só seu”.

A revolta é do bombeiro militar Marcos Gomes Tolentino, de 36 anos, que precisa realizar dois exames para fazer uma cirurgia no joelho esquerdo, mas está impedido de ser submetido ao procedimento cirúrgico porque nenhuma clínica de Campo Grande aceitou realizar o teste pela Cassems, mesmo com autorização do setor de auditoria médica e a garantia de cobertura.

Segundo o militar, a única justificativa que recebeu, nas cinco clínicas que procurou, foi de que os exames – dosagem de fator VIII e dosagem de Von Willebrand – são realizados, sim, mas não pela Cassems. O valor, particular, fica entre R$ 500 e R$ 750,00.

Marcos Gomes conta que procurou a Cassems novamente, mas o plano não apresenta uma solução satisfatória para o caso e sugeriu, caso ele pague o valor particular, ressarcimento em torno de R$ 30,00.

A resposta não espantou o militar, que já enfrentou o mesmo problema há 3 anos, época em que descobriu que tinha um problema de coagulação. A Cassems, na ocasião, o ressarciu com R$ 48,00, depois de entrar com processo.

Valor inferior aos quase R$ 1 mil que o militar gastou com transporte, hospedagem e, claro, com os exames, que foram realizados em Maringá, no Paraná, porque não encontrou laboratório credenciado em Campo Grande.

Cirurgia - Há aproximadamente 60 dias, o bombeiro se acidentou durante treino em uma unidade militar e rompeu parcialmente os ligamentos do joelho esquerdo.

Precisa realizar uma cirurgia antes que a situação piore, mas só pode ser submetido ao procedimento depois de apresentar ao médico os dois exames de sangue para comparação com os testes realizados há 3 anos.

Mesmo com as guias autorizads em mãos, Marcos Gomes não consegue fazer os exames. (Foto: Minamar Junior)
Mesmo com as guias autorizads em mãos, Marcos Gomes não consegue fazer os exames. (Foto: Minamar Junior)

Os resultados das dosagens apontam qual a dose de fator VIII que o paciente precisa receber para que, durante um procedimento cirúrgico, não tenha uma hemorragia e o sangue coagule normalmente.

Como precisa realizar a cirurgia, Marcos Gomes afirmou que vai pagar o exame particular, mas caso a Cassems não apresente uma solução para o problema o próximo passo será um processo junto ao Ministério Público.

Ao usuário fica a sensação de que os R$ 500,00 mensais que ele paga há 14 anos de nada adianta. “Se eles fazem particular porque a Cassems não cobre esses exames”?, questionou. O plano de saúde, na opinião do militar, deveria se adequar ao associado.

A assessoria de imprensa da Cassems informou que, embora os exames tenham sido autorizados pela auditoria, o paciente não conseguiu atendimento porque os laboratórios conveniados de Campo Grande não estão mais realizando os testes de fator VIII e dosagem de Von Willebrand.

Situação que a direção do plano de saúde, por meio de sua assessoria, informou desconhecer antes da queixa do usuário citado nesta reportagem. A orientação é que o beneficiário entre em contato com o plano de saúde e abra um protocolo junto à Central de Atendimento, para que o caso seja solucionado.

Sobre o ressarcimento no valor aproximado de R$ 30,00, a Cassems também informou desconhecer a situação, já que o militar, na versão da assessoria, não voltou ao plano após ter o atendimento negado nos laboratórios que procurou.

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