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Capital

Caixa de banco é preso no CMO acusado de desacatar militar

Ricardo Campos Jr. | 13/11/2015 19:43

O bancário Lauro Luiz Ferreira Marques Rezende ficou preso por um dia em uma cela no CMO (Comando Militar do Oeste) sob acusação de desacatar um soldado. Ele trabalha na agência do Banco do Brasil que fica na área do Exército. Ontem, no fim da tarde, deixava o serviço quando ignorou a uma ordem de parada dada por um vigia. Mesmo com ajuda de advogados contratados pela instituição financeira, só conseguiu ser solto às 15h30 desta sexta-feira (13).

Um dos balizadores fez sinal para que o funcionário público reduzisse a velocidade. O bancário pensou que ele estava apenas organizando o trânsito, fez um sinal indicando que o caminho estava livre e continuou o percurso.

“Eu continuei saindo, ele entrou na frente do meu carro e começou a chamar os outros militares. Eu falei que não ia descer do carro e não ia dar ré. Nisso chegou um superior e me prendeu, disse que eu desacatei todo mundo. Eu fui levado para uma salinha que fica na entrada do comando e ali permaneci até as 23h esperando que eles tomassem o depoimento de todo mundo”, relata o civil.

Após os procedimentos, ele foi encaminhado para o lugar onde também são colocados os militares infratores. “Eu estava sozinho em minha cela. O local era limpo, não tinha nada de insalubre. Tinha uma cama e um banheiro”, conta o bancário.

Segundo ele, os advogados não conseguiram soltá-lo antes porque a Justiça Militar não tinha plantão, tendo o caso que ser analisado somente pela manhã. “O juiz deu um alvará de soltura e disse que vou responder administrativamente na Justiça Militar a partir de agora. O advogado do banco vai continuar acompanhando o caso”, comenta.

Na opinião dele, a atitude dos militares foi completamente arbitrária e injusta. “Para mim, foi por motivo fútil. Não sei se esse é o procedimento, eu não entendi. Estou meio passado até agora. Eles entenderam como desacato, me cercaram. Eu falava que queria ir embora, mas não me deixavam. Ele [oficial] ameaçou me algemar”, lembra o funcionário público.

Rezende afirma ter conversado com conhecidos que também são do Exército e todos concordam que os balizadores tiveram uma ação exagerada. A situação preocupou até mesmo a família do civil.

“A minha esposa ficou perplexa, mas ela que teve que ficar administrando as ligações do advogado do banco e do gerente. Eu estava incomunicável. Ela conseguiu levantar a documentação que eles pediram e teve um papel importante. Se não fosse hoje, seria liberado somente segunda”, conclui.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa do CMO, mas até a publicação desta reportagem a insituição não retornou as ligações para se manifestar sobre o episódio.

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