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Capital

Calorão afeta a saúde, lota postos e médicos dão dicas de prevenção

Lidiane Kober e Alan Diógenes | 14/10/2014 16:59
Paula viu o calor e a baixa umidade lhe causar falta de ar, tosse e conjuntivite (Foto: Alcides Neto)
Paula viu o calor e a baixa umidade lhe causar falta de ar, tosse e conjuntivite (Foto: Alcides Neto)

O calorão em plena primavera, associado à baixa umidade do ar, vem afetando a saúde, principalmente, de crianças e idosos e o resultado é a lotação das unidade de saúde de Campo Grande. Os problemas mais comuns, segundo especialistas, são doenças respiratórias e gastrointestinais e o caminho para evitá-las é abusar da hidratação e de técnicas simples para melhorar a qualidade do ar.

Na tarde desta terça-feira (14), o Centro Regional de Saúde, do Bairro Guanandi, estava lotado de pacientes, a maioria com problemas relacionados ao calor e à baixa umidade do ar. Na fila do atendimento, a vendedora Paula Pontes Silva, de 18 anos, buscava ajuda para controlar falta de ar e conjuntivite.

“Assim que começou o calor, comecei a sentir muita falta de ar, peito carregado e adquiri uma conjuntivite”, relatou. “Tentei amenizar em casa, com bacia de água na frente do ventilador, mas não adiantou e decidi procurar um médico”, completou.

Também na fila, Maria Auxiliadora Canhete, de 43 anos, foi em busca de algo para amenizar o sofrimento da filha, Jessica Canhete da Silva, 23. A jovem tem deficiência mental e o calor alterou a bronquite asmática. “Minha filha sente muita falta de ar, respira o tempo todo ofegante”, contou. “Para purificar o ar, abuso da toalha molhada, jogo água na casa à tarde e noite, mesmo assim, a bronquite atacou”, completou.

Mãe de seis filhos, entre 14 anos e 10 meses, Aparecida Rodrigues, 31, também está sofrendo com as consequências do calorão. “Minha filha mais nova tem problema respiratório, está tossindo o tempo inteiro, estou muito assustada”, comentou. Outro filho, segundo ela, está com a garganta inflamada.

Médico pediatra, Antonio Graciliano Arguello Filho disse que os problemas são comuns em crianças, principalmente em época de calor e baixa umidade. Também preocupa, conforme ele, “sintomas gastrointestinais, como vômito e diarreia”.

Jéssica precisou enfrentar a fila em busca de atendimento em centro de saúde (Foto: Alcides Neto)
Jéssica precisou enfrentar a fila em busca de atendimento em centro de saúde (Foto: Alcides Neto)

“A mãe precisa oferecer água, mais do que o habitual, tomar cuidado com exposição solar, não esquecer de protetor solar e ficar atenta com a qualidade do alimento, porque é comum ele se deteriorar com mais facilidade em meio às altas temperaturas”, aconselhou o pediatra.

No consultório dele, o calorão também aumentou o fluxo de pacientes. Além de casos de problemas respiratórios e gastrointestinais, há situação de conjuntivite e de febre. “Com a baixa umidade de ar, é mais fácil transmitir a conjuntivite, por isso, é necessário afastar a criança do convívio de eventuais vítimas”, frisou o médico.

Em caso de febre, ele aconselhou observar se há relação com infecção. “Aumenta a temperatura ambiente, aumenta a temperatura corporal, portanto, primeiro, é preciso diferenciar a febre relacionada com o calor e a uma eventual infecção”, orientou o pediatra.

Confirmando a hipertermia, ele frisou que a situação é mais tranquila. “Neste caso, é bom hidratar bem e refrescar a criança, mas é importante tomar cuidado e evitar banho em água gelada”, ressaltou. Neste mesmo sentido, ele aconselhou e ficar longe de temperaturas distantes para escapar do choque térmico.

Além da hidratação oral, o pediatra orienta melhorar a qualidade do ar. “Quem tem mais possibilidade, pode comprar um umidificador, caso contrário é bom espalhar vasilhas com água. Também é indicado ventilar o ambiente, mas não direcionar o aparelho direto na criança”, finalizou.

Idosos – A terceira idade também costuma ser bastante afetada com esse clima. Geriatra do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos (SP), Rossana Maria Russo Funari, explicou que, nesta faixa etária, a percepção de temperatura pode ser alterada, o que requer cuidados extras.

“Nos mais longevos existe uma menor percepção do calor devido à queda do metabolismo e, principalmente, o mecanismo da sede é alterado,”, esclareceu. “Isso faz com que essa população procure menos a ingestão espontânea de líquidos do que os adultos jovens”, emendou.

Além da desidratação, que pode ocasionar confusão mental, queda de pressão e até desmaio, outras consequências devem ser consideradas. “As doenças intestinais são comuns, pois os alimentos se deterioram rápido e pode haver intoxicação alimentar e, por sua vez, diarreias e vômitos que são muito perigosas para o idoso”, alertou.

Como forma de prevenção, Rossana recomendou a ingestão de líquidos (de 1 litro e meio a dois litros por dia), caso não haja restrição clínica. Utilizar roupas leves, evitar sair de casa na hora do almoço, ingerir alimentos mais leves e tomar muito cuidado com a validade e o aspecto dos alimentos.

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