Cansados de esperar, moradores fazem mutirão para limpar creches
Cansados de esperar pela limpeza dos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) da região, moradores dos bairros Itamaracá e Zé Pereira fizeram, por conta própria, um mutirão para solucionar o problema.
No Ceinf Clebe Brazil Ferreira – que atende 195 crianças –, dez voluntários da Associação de Moradores do Jardim Itamaracá iniciaram os trabalhos neste sábado (20), às 6h, com previsão de que a ação seja finalizada às 11h. Além do mato alto no pátio externo do prédio, o grupo também vai tirar o lixo da última limpeza realizada em agosto de 2015, pela Prefeitura.
“O lixo foi todo colocado na frente do Ceinf e hoje estamos colocando em sacos, doados pelo comércio local. As aulas começaram com tudo sujo, e o mato mais alto do que as crianças que estudam aqui”, afirmou Leandro Almeida, 32 anos, um dos voluntários.
Ele é morador do bairro há 25 anos e explica que a ação aconteceu porque a população estava cansada de esperar pela limpeza que nunca acontecia. “Nos mobilizamos pra cortar a grama, carpir o mato e limpar toda a área externa. Não dava para deixar como estava. Futuramente vamos buscar parcerias e patrocínio para construir um parquinho ecológico e pintar o prédio”, disse Almeida.
Já no Ceinf Odete Trindade Benites, no Bairro Zé Pereira, o mutirão de limpeza aconteceu ontem (19). O presidente do bairro, Sizerlandio de Oliveira, explicou que o objetivo era também proteger as crianças do mosquito Aedes aegypti – que transmite dengue, zika e chikungunya –, e de outros insetos e animais peçonhentos.
Ele também afirmou estar cansado de esperar pelo Poder Público e por isso resolveu agir. “Fiz minha parte, não fiquei parado esperando. Se todos pensassem assim nossa cidade ficaria mais limpa e livre de insetos”.
Problemas - Outro problema enfrentado nos Ceinfs de Campo Grande é a falta de alimentação e de materiais escolares. Durante toda a semana continuaram a surgir denúncias e reclamações, principalmente após o início das aulas nos 98 Ceinfs da Capital. Os alimentos usados para fazer os lanches, almoço e também a janta das crianças nas creches e nas 94 escolas da Reme (Rede Municipal de Educação) são suficientes para apenas uma semana.
Enquanto a ameaça de não ter mais alimento para os 105 mil alunos cresce a cada dia, as professoras e funcionárias da Semed (Secretaria Municipal de Educação), se viram como podem para manter o funcionamento dos Ceinfs e escolas. “Como estamos sem material para trabalhar pegamos o restinho que sobrou do ano passado e dividimos entre nós. Mas só tem lápis de cor e borracha. Canetinha, tinta, massinha, não têm. A gente se ajeita, mas tem coisas que não conseguimos resolver”, afirma uma funcionária no Ceinf José Ramão Cantero, no Estrela Dalva.
O responsável pelo Nuali (Núcleo de Abastecimento Alimentar), Elton Lobato, confirmou na quinta-feira (18), que nas creches e nas escolas – onde as aulas começaram, respectivamente, nos dias 11 e 15 de fevereiro – os itens alimentares estão disponíveis somente até a próxima semana.
“Foi tudo entregue, o atendimento está normal. Estamos trabalhando com o cardápio da ata anterior. Tem arroz, feijão, sal, óleo, frango, carne, macarrão. Todos estão atendidos, mas os produtos são para uma semana”, disse.
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