Carnaval e tempo chuvoso esvaziam os postos de saúde
Em meio a epidemia, um alívio: queda de temperatura pode ajudar a reduzir número de novos casos de dengue em Campo Grande
O sábado de Carnaval foi de movimento fraco nos postos de saúde de Campo Grande. Mesmo com uma epidemia de dengue na cidade, não se viu pessoas procurando atendimento por conta da doença.
Os corredores do posto do bairro Tiradentes estavam quase vazios, quem esteve no local era atendido de imediato, já que não havia fila de espera.
A estudante Cristiane Feitosa, de 19 anos, se surpreendeu com a calmaria no posto. “Nossa quando vim aqui outras vezes eu esperei muito tempo para ser atendida. Hoje está uma maravilha”, brinca a jovem.
Durante a semana como no resto do ano, os postos estavam lotados de pacientes, principalmente com sintomas de dengue. O radialista Flávio Figueiredo, de 42 anos, afirma que nunca viu a unidade do Tiradentes tão vazia quanto neste sábado. “Está tudo tranquilo, deveria ser sempre assim”.
O médico Eugênio de Barros afirma que o movimento fraco nos locais de atendimento básico de saúde é um reflexo da queda de temperatura, que dificulta a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. “Nos últimos dias a temperatura despencou bastante. O mosquito gosta de calor. Daqui para frente os casos irão diminuir”, explica.
Porém, o especialista alerta que a dengue do tipo 4 pode ocorrer ao longo do ano e por conta disso a população não pode se descuidar.
Ele ressalta que se toda essa mobilização que está sendo feita, tivesse sido realizada na segunda quinzena de dezembro, a cidade não teria tantos casos notificados da doença. “ Tem que ser uma ação permanente”.
Desde o início do ano até a última terça-feira (5) a Sesau (Secretária de Saúde do Município) registrou 21.975 casos de dengue, em Campo Grande. No Estado, seis pessoas já tiveram dengue como a causa confirmada da morte e outras oito ainda estão sendo investigadas.
