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Capital

Carona inesperada pôs fim a paixão pelo Corinthians e namoro de 6 anos

Filipe Prado | 17/11/2014 16:15
Os amigos afirmaram que Raphael era uma pessoa boa e sem inimizades (Foto: Marcos Ermínio)
Os amigos afirmaram que Raphael era uma pessoa boa e sem inimizades (Foto: Marcos Ermínio)

Corintiano aficionado, Raphael Martinho da Rocha, 24 anos, unia as pessoas e nunca brigou com alguém. Essa foi a descrição feita pelos amigos durante o velório do estudante do 1º semestre de educação física. A tragédia também pôs fim a um namoro de seis anos. Na manhã da tragédia, após deixar uma boate, ele pretendia voltar de táxi, já que não tinha carteira de motorista, mas pegou a carona no momento errado, segundo relatos de amigos.

Segundo a amiga de infância Juliane Targon, 23, Raphael sempre foi “uma pessoa tranquila”. “Muita gente gosta dele e ele nunca fez uma inimizade na vida. Era amigo de todos”, comentou.

Na manhã de hoje (17), os familiares do estudante precisaram se ausentar do velório, deixando Raphael aos cuidados dos amigos. Por conta da pancada durante o acidente, que levou a morte do estudante, o caixão de Raphael ficou lacrado todo o tempo, sendo coberto por duas bandeiras do seu time do coração: o Corinthians.

“Estamos muito tristes. Nós não vamos poder dar um beijo, um abraço, um carinho nele”, desabafou a amiga Márcia Regina, 43.

Além da paixão pelo futebol, o mais velho de três irmãos, deixou uma namorada, com quem possuía um relacionamento há quase seis anos, relatou o amigo Diego Souza Fernandes, 23. No final da manhã, a namorada de Raphael foi até a cerimônia, mas, pela emoção, não falou com a imprensa.

Diego contou que estudou com Raphael durante muitos anos, porém atualmente estavam um pouco afastados, mas na semana passada eles conseguiram ter o último encontro. “Foi como se fosse a nossa última conversa. Como se não fosse mais encontrar ele”.

Os amigos ainda questionaram a amizade “de infância” do estudante com Thiago Figueiró do Amaral, 20. Segundo eles, Raphael conhecia o rapaz há pouco tempo, sendo que a família e amigos não sabiam quem ele era.

O caixão, lacrado, foi coberto por bandeiras do Corinthians (Foto: Marcos Ermínio)
O caixão, lacrado, foi coberto por bandeiras do Corinthians (Foto: Marcos Ermínio)

Os amigos ainda afirmaram que Raphael deveria voltar de táxi depois da festa, já que ele não possuía CNH (Carteira Nacional de Habilitação). “Ele pegou carona no momento errado”, comentou Márcia. Juliane afirmou que ele não aprovava a falta de consciência no trânsito. “Ele devia estar distraído com alguma coisa, no celular ou dormindo, por que ele não iria deixar o rapaz passar pelo pare”, analisou.

Sobre a garrafa de vodca encontrada no carro, Márcia alegou que ele não teria bebido e, mesmo se tivesse, o efeito do álcool teria passado e ele não dirigiu o veículo. Sobre Thiago, a amiga da vítima preferiu não comentar.

Raphael foi velado até a tarde de hoje no Cemitério Memorial Park.

Acidente – O acidente ocorreu na manhã deste domingo (16) no Bairro Pioneiros. Por volta das 6h30, dois veículos colidiram no cruzamento das ruas Gaspar de Lemos e Luís Pereira no bairro Pioneiros. O impacto foi tão forte que destruiu um dos carros.

O acidente envolveu um Chevrolet Montana e um Fiat Uno ocupado por Maria Aparecida Rodrigues, de 57 anos, e o filho dela, Cleber dos Reis, de 33, que não se feriram com gravidade. No Montana estavam dois jovens, entre eles Raphael que morreu no local.

De acordo com testemunhas, o Fiat Uno descia pela Rua Gaspar de Lemos, que é a via preferencial, quando foi atingido pelo Montana, que descia em alta velocidade pela Rua Luís Pereira.

Com o impacto, a Montana rodopiou e bateu na traseira de uma carreta bitrem que estava estacionada à esquerda da Rua Luís Pereira, na contramão.

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