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Capital

Carro atola em meio a obra e dono desiste de retirá-lo como protesto

Ricardo Campos Jr. | 04/05/2015 17:36
Partes do motor foram danificadas quando veículo atolou (Foto: Fernando Antunes)
Partes do motor foram danificadas quando veículo atolou (Foto: Fernando Antunes)
Evanuer reclama da demora na conclusão das obras (Foto: Fernando Antunes)
Evanuer reclama da demora na conclusão das obras (Foto: Fernando Antunes)

Ao tirar o carro da garagem nesta segunda-feira (4), o mecânico Valdecir Porto de Quadros perdeu controle da direção, deslizou na lama formada pela chuva e atolou o veículo na rua João Ramalho, no bairro Nossa Senhora das Graças. Ele pretende deixar o automóvel no local até que a prefeitura o remova, já que o incidente ocorreu em função de obras de pavimentação.

O autônomo Evanuer da Silva de Quadros, 18 anos, filho de Valdecir, explica que o transtorno começou quando as vias da região foram rebaixadas para receber o asfalto, dificultando a entrada e saída de moradores que têm veículos. Como a intervenção objetiva melhorias, ele e os vizinhos relevaram a situação na esperança de que o incômodo acabasse em breve.

“Só que há um mês as máquinas abrem as ruas, deixam barro e vão embora”, conta. Segundo ele, já foi pedido aos funcionários da empresa que executa o serviço para ao menos cederem cascalho para jogar nas entradas das casas, que tiveram que ser convertidas em rampas.

Evanuer relata que, para piorar a situação, na quinta-feira passada, véspera do feriado, os trabalhadores abriram uma valeta nas extremidades da rua e, ao fim do expediente, jogaram terra sem compactá-la. Foi exatamente nesse local que as rodas do automóvel do pai dele ficaram.

“O carro desceu de uma vez por causa do barro. Quebrou para-choque, radiador, farol de milha esquerdo e eu não sei se chegou a estragar o cárter. É uma sensação de desgosto, porque a gente luta para ter as coisas e daí acontece isso”, conta.

A mãe dele, que sofre com a pressão alta, passou mal ao ver a situação e teve que ser levada às pressas para o hospital. O pai tinha uma viagem a trabalho agendada para o fim da tarde e não sabe se vai conseguir partir, pois acompanha a esposa.

Fora os transtornos familiares, o autônomo calcula que os prejuízos com o conserto do automóvel fiquem no mínimo R$ 1,2 mil. “Não tenho como arcar com um dano que foi culpa deles. Eles trabalham em época de chuva e largam de qualquer jeito”, reclama.

Dono pretende deixar o automóvel no local (Foto: Fernando Antunes)
Dono pretende deixar o automóvel no local (Foto: Fernando Antunes)

A dona de casa Marli Gaúna, 53 anos, mora em frente da casa de Valdecir e Evanuer. “Eu fiquei assustada quando vi e também com dó, porque a gente sabe como as pessoas conseguem as coisas com dificuldade para depois acontecer isso. Você fica sem saber a quem recorrer”, relata.

“Todo mundo tem colaborado com as obras, porque a gente sabe que elas são para melhorias, mas eles não fixam as máquinas em um só lugar e terminam antes de prosseguir. Falam para a gente que estão aguardando a liberação de verbas para conclusão”, conta.

A Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), conforme o autônomo, esteve no local para avaliar a situação e informou que irá analisar o que poderá ser feito a respeito.

Por meio da assessoria de imprensa, a prefeitura informou que danos, reparações e soluções da obra serão tomadas e sanadas pela administração municipal e pela Anfer Construções e Comércio Ltda, contratada para executar o serviço. Informou ainda que a intervenção teve impacto das chuvas, que atrasaram seu início, mas caminha para a normalização e tem previsão para terminar no segundo semestre.

No momento, o local está recebendo a rede de saneamento básico pela Águas Guariroba, responsável por também por eventuais danos. A concessionária de água e esgoto, por sua vez, diz que irá mandar um técnico ao local para avaliar o problema. Se constatar que o carro atolou em função de uma obra executada pela empresa, ela irá ressarcir o morador.

Família calcula que prejuízo deve ser no mínimo R$ 1,2 mil (Foto: Fernando Antunes)
Família calcula que prejuízo deve ser no mínimo R$ 1,2 mil (Foto: Fernando Antunes)
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