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Capital

Cassado, médico ficou na prefeitura por 2 anos e foi até promovido

Ricardo Campos Jr. | 14/05/2015 14:55

Acusado de abusar sexualmente de pelo menos oito pacientes, o ex-urologista Marcus Vinícius Carreira Bentes permaneceu no quadro de servidores da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) por dois anos e cinco meses após ter o registro no CRM (Conselho Regional de Medicina) cassado. No entanto, conforme publicações no Diário Oficial, ele ficou praticamente dois anos de licença médica, tempo no qual recebeu promoções e aumentos salariais.

O MPE (Ministério Público Estadual) suspeita que mesmo nessas condições, o profissional estaria atendendo pacientes e abriu inquérito para investigar o caso.

As acusações contra Bentes vieram à tona após o atendimento a uma paciente no Hospital Geral do Exército em Campo Grande. A mulher, na época, relatou que ele passou a mão nas partes íntimas dela sem luvas e ficou excitado durante o procedimento. A partir de então surgiram relatos de outras vítimas em Lorena (SP) e Fortaleza.

Não chegaram a ser abertos inquéritos para investigação nos outros estados. No Ceará, o ex-urologista foi absolvido por falta de provas e na cidade paulista, os casos foram tratados como transgressões disciplinares.

Processo foi aberto pelo MPM (Ministério Público Militar). Bentes foi absolvido no primeiro julgamento, em 2009. Houve recurso e o STM (Supremo Tribunal Militar) decretou anulação do pedido, tendo em vista que o acusado não teve a chance de apresentar defesa oral, e marcou um novo julgamento. Não há informações sobre o resultado.

O processo no conselho profissional foi realizado paralelamente. O órgão regional decidiu pela cassação do registro em 2010 e a decisão foi ratificada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) em 2012, tornando-a definitiva.

Com isso, ele ficou impedido de exercer a atividade mesmo se fizer uma nova faculdade na área, segundo informou o CRM na época.

No funcionalismo público, Bentes foi alvo de processo administrativo por irregularidade funcional. Em 12 de dezembro de 2014 foi publicado edital informando que ele havia sido demitido. Porém, em janeiro deste ano, o ex-servidor foi chamado a comparecer no setor de recursos humanos da Sesau para “tratar de assunto referente à regularização da vida profissional”.

O Campo Grande News tentou entrar em contato com o advogado de Marcus Vinícius, Evaldo Correa Chaves. No escritório, a informação repassada foi de que ele iria acompanhar uma inspeção médica de um cliente durante a tarde e não estava no local. Ele não atendeu o celular e não foi possível contatá-lo até a publicação desta reportagem.

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