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Capital

Chuva causa estragos em bairros e moradores temem nova tempestade

Filipe Prado | 03/05/2014 08:44
Bairros continuam tomados por água, que dificultam o tráfego de moradores (Foto: Marcos Ermínio)
Bairros continuam tomados por água, que dificultam o tráfego de moradores (Foto: Marcos Ermínio)

Sem pavimentação asfáltica, moradores dos bairros União, Parque dos Girassóis e São Conrado reclamam dos prejuízos causados pela chuva de quinta-feira, que somou 89 milímetros, a mesma quantidade prevista para todo o mês de maio.

Segundo a estação meteorológica da Anhanguera-Uniderp, a chuva atingiu 89 mm em 14 horas. A quantidade deixou bairros sem energia e alagou vias. A temperatura, que na quarta-feira (30) estava na casa dos 28°C, caiu 15°C por causa da mudança brusca no tempo. As rajadas de vento chegaram a 48 Km/h em alguns pontos da cidade.

No São Conrado, uma enxurrada preocupou os moradores. Eles alegaram que está foi a primeira chuva forte da temporada. “Eu já estou esperando as chuvas mais fortes que virão”, comentou a aposentada Nadir Rodrigues de Oliveira, 61 anos.

A rua onde ela mora foi uma das mais devastadas pela enxurrada. “Não tem condições de transitar por aqui”, contou a aposentada. Ela afirmou que o problema vem se acumulando com as outras chuvas e criando erosões pelo bairro.

“Para andar aqui, nós temos que ir de canoa”, brincou a balconista Terezinha Diniz Chimenez, 57. Nem de carro é possível andar pela rua. “Eu deixo o carro em casa e vou a pé, pois não da pra passar aqui”, queixa-se.

Terezinha contou que os estragos da chuva fazem com que ela tenha vontade de se mudar do bairro. “Eu só moro aqui porque preciso, se não já teria me mudado”, desabafou.

O segurança Ronaldo Gomes Garcia, 46, já gastou mil telhas para poder tapar as erosões feitas em frente a sua casa. “Essa última chuva só fez com que os buracos aumentassem”, explicou.

Terezinha até brinca com as péssimas condições das ruas: só andando de canoa (Foto: Marcos Ermínio)
Terezinha até brinca com as péssimas condições das ruas: só andando de canoa (Foto: Marcos Ermínio)
Vilma contabiliza prejuízos morando há três anos no bairro (Foto: Marcos Ermínio)
Vilma contabiliza prejuízos morando há três anos no bairro (Foto: Marcos Ermínio)

Já na região do União, não é a primeira vez que o mecânico Telso Sebastião de Oliveira, 43, reclamou da situação causada pela chuva. Em fevereiro ele relatou que sempre que chove é formado um “lago” em frente à mecânica, chegando até a colocar uma placa escrita: Proibido caça e pesca.

“Ninguém tira isso daí. Ele é permanente”, comentou o mecânico. Ele revelou que por conta do “lago” o movimento em sua mecânica vem diminuindo, pois os clientes não conseguem passar pela rua.

Vilma Ribeiro de Oliveira, 53, mora há três anos no bairro e já contabilizou mais de R$ 3 mil em prejuízos por conta das chuvas. “Gastei pra comprar pedra pra colocar na rua, sem contar com os prejuízos com o meu carro”, contou.
“Esse é um pedaço abandonado”, finalizou Vilma.

O temporal, histórico para o dia 1º de maio, tem origem em uma frente fria que vem do litoral, explica o meteorologista da Anhanguera-Uniderp, Natalio Abrahão. “É uma característica própria do outono. Campo Grande ficou sete dias sem chuva e, de repente, vem uma tempestade como essa. Daqui para frente será assim: longos períodos sem chuvas, intercalados por temporais”, alertou.

No Conjunto União, rua ainda está tomada por uma enorme lagoa (Foto:
No Conjunto União, rua ainda está tomada por uma enorme lagoa (Foto:
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