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Capital

Classe médica do Estado questiona qualidade de escolas estrangeiras

Luciana Brazil | 03/07/2013 12:29
Durante coletiva desta manhã, representantes da categoria criticaram a postura do governo Federal. (Foto:João Garrigó)
Durante coletiva desta manhã, representantes da categoria criticaram a postura do governo Federal. (Foto:João Garrigó)

Contrários a proposta do governo Federal, de facilitar a entrada de médicos estrangeiros no país sem que eles sejam submetidos à prova Revalida - que testa os conhecimentos do profissional-, representantes da categoria médica no Estado questionam a qualidade das escolas de medicina em outros países, tendo em vista o índice atual de aprovação na prova.

Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Luis Henrique Mascarenhas, em 2010, dos 628 inscritos na prova médica, apenas dois foram aprovados. Em 2011, dos 677 inscritos, apenas 65 foram aprovados.

O índice de aprovação no último ano foi de 9,5%. A admissão de brasileiros que estudaram fora do país chega a 60% na prova Revalida. Já o índice dos estrangeiros não ultrapassa 7%.

“As escolas são de qualidade questionável. A maioria das escolas do exterior não possui um processo seletivo rigoroso, como o vestibular no Brasil”.

Luis Henrique ainda frisa que as escolas se preocupam apenas com “volume”. “Existem turmas com 300 alunos”.
Para a categoria, o tempo de estudo também é questionável no exterior. “Na maioria das escolas o tempo de curso é de cinco anos e aqui no Brasil são seis anos”.

Formam-se no país 15 mil médicos por ano. Conforme Luiz Henrique, a expectativa é que esse número chegue em breve a 17 mil profissionais.

A prova é de conhecimentos básicos da profissão como afirmou o presidente do Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) Marco Antonio Leite. "A prova não é difícil, é de conhecimento básico".

A prova possui uma etapa teórica e outra prática e atualmente a média de aprovação.

Uma comissão de médicos irá entregar nesta terça-feira (3) ao Governo, Prefeitura da Capital e MPF-MS (Ministério Público Federal) um relatório da situação da saúde no Estado com propostas de melhorias para o setor e também criticas a contratação de médicos estrangeiros.

Segundo o Sinmed, um protesto está programado para ocorrer em frente ao MPF ainda hoje.

Proporção - Ainda de acordo com o levantamento, existem 388 mil médicos no país, 4,2 mil em Mato Grosso do Sul e 2,5 mil em Campo Grande.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) exige que exista 1 médico para cada 1 mil habitantes e os números no país são satisfatórios. O Brasil possui 2 médicos para cada 1 mil habitantes, em Mato Grosso do Sul o número chega a 1,69 e na Capital a proporção é de 3,1 profissionais.

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