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Capital

Clima, homem e biologia do vírus influenciam epidemia de dengue

Nícholas Vasconcelos | 21/01/2013 21:14
Falta de cuidado da população é um dos fatores para o crescimento da dengue. (Foto: Luciano Muta)
Falta de cuidado da população é um dos fatores para o crescimento da dengue. (Foto: Luciano Muta)

A explicação para o aumento dos casos de dengue em Campo Grande tem relação com a combinação de três fatores, como avalia o infectologista e secretário-adjunto de Saúde do Estado, Eugênio de Barros.

As mudanças no clima, os diferentes tipos de vírus e o comportamento das pessoas causam o aumento dos casos notificados, como é possível observar no levantamento apresentado hoje pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Os dados mostram que a cidade vive um ciclo, onde alguns anos registram mais e outros menos casos de dengue.

“O clima, com a umidade e a temperatura, o mosquito se desenvolve mais rápido. Em alguns anos é janeiro, mas já houve março e até de abril para maio”, disse Eugênio que acompanha desde 1984 a evolução da dengue na Capital.

As alterações no clima mundial refletem também no desenvolvimento do mosquito, que antes era característico de regiões quentes do País. Santa Catarina, por exemplo, nunca havia registrado dengue até 2012.

Com os anos os do vírus disseminados pelo Aedes aegypti também passaram a mudar, expondo a população a tipos para os quais não tem defesa imunológica. O tipo 1 chegou na década de 1980, já na epidemia de 2002 veio o sorotipo 2, seguido pelo tipo 3 em 2007 vindo do Rio de Janeiro (RJ).

Hoje o tipo que começa a ser predominante é o 4, que veio da América Central e entrou no Brasil por meio de Roraima e acabou chegando em Mato Grosso do Sul, que circula associado as variantes 2 e 1. “Quem nasceu depois de 2002 ou mudou para cá depois dessa data não entrou em contato. São pelo menos 400 mil jovens suscetíveis ao sorotipo 1 e com a faixa etária da doença decrescendo, atingindo cada vez mais jovens”, detalho o secretário-adjunto.

E não são apenas os fatores alheios as pessoas que resultam no aumento dos casos, que só neste ano já somam 9,3 mil na Capital. Sempre que há epidemia, as notificações diminuem nos anos seguintes.

“Sempre que há epidemia, as pessoas começam a limpar o quintal, há mutirões de limpeza. A população, as autoridades e os agentes precisam lembrar da dengue porque as pessoas baixam a guarda”, comentou o infectologista.

Otimista, o secretário-adjunto acredita que depois do inicio das ações de combate ao Aedes os casos caiam até 50%. “Mas a população tem que acompanhar o agente, não só deixar entrar, tem que aprender como faz para eliminar os focos”, lembrou.

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