Com 34 mortes em um ano, grupos sociais protestam contra violência
O preto nas roupas representa o luto e as cruzes firmadas no canteiro da avenida Afonso Pena indicam as 34 mortes de mulheres vítimas da violência doméstica. O número foi contabilizado em 1 ano, desde o dia 8 de março de 2013. E hoje, a manifestação de diversos grupos sociais, que ocuparam a região central de Campo Grande, é pelo respeito à mulher.
Uma das organizadoras da mobilização, a professora e presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Terenos, Dilma Gomes da Silva, 44 anos, apontou três pontos importantes da luta feminina: igualdade, autonomia e liberdade.
Mas a maior reivindicação na luta pelo fim da violência contra a mulher é que a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) funcione 24 horas. “A maioria dos casos de agressão acontece à noite e nos finais de semana, e daí a vítima não tem para aonde correr”, argumenta Dilma.
Com tantos casos de violência contra a mulher ganhando capas de jornais, a mobilização de hoje ganhou a atenção e a indignação popular. “As mulheres já obtiveram muitas conquistas, mas ainda falta o respeito por nós”, desabafa a vendedora autônoma Valdete de Oliveira Ortega, 43 anos.
O servidor público Marcelo de Souza Silva, 45 anos, observa que hoje em dia os homens têm pouco cuidado e zelo com suas esposas.
“Percebo também que falta denúncia, mas entendo que as mulheres têm medo, pois há ainda a agressão psicológica, a ameaça, e a lei brasileira é fraco, o cara bate, é preso, mas no outro dia já está solto”, aponta Marcelo.
O movimento nas ruas da Capital, na manhã de hoje, mobilizou aproximadamente 200 pessoas. A concentração foi realizada no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua 14 de Julho, às 6h. Por volta das 10h, o grupo saiu em passeata até a frente da Delegacia da Mulher, na rua 15 de Novembro.