Com 80% do corpo queimado, homem ainda aguarda 2 cirurgias
Ele teve 80% do corpo queimado, passou cinco meses internado no hospital, ficou na linha estreita entre a vida e a morte, ainda terá que passar por duas cirurgias, mas hoje se recupera em casa, tentando, aos poucos, voltar à rotina e levar uma vida normal.
Claudemir Celestino de Oliveira, 45 anos, sofreu o atentado em outubro do ano passado, quando uma amiga ateou fogo nele e no carro dele, um Fiat Prêmio. Os dois estavam com um grupo próximo a um posto de combustível, localizado na avenida Marechal Deodoro, no bairro Jardim Leblon, em Campo Grande.
A vítima se recorda em detalhes como tudo aconteceu e conta que viu o momento exato no qual Cleuza Maximino de Moura, 31 anos, jogou a gasolina nele, acendeu o fósforo e ateou o fogo.
Claudemir afirma que eles haviam parado no posto para colocar gasolina no reservatório do carro. Enquanto Cleuza foi buscar o combustível, utilizando uma garrafa pet para armazená-lo, ela pediu para Claudemir pegar uma cerveja na parte traseira do veículo. Ao voltar, ela cometeu o crime. “Ela queria me matar”, acredita Claudemir.
Com marcas ainda em processo de cicatrização, Claudemir diz que jamais esquecerá o que aconteceu. “Está no meu corpo, abro os olhos e vejo como estou”, lamenta.
Por várias partes do corpo a pele ainda está morta e sem sensibilidade. Na região das articulações do braço e perna direita, a pele grudou durante o processo de cicatrização, e por conta disso, agora Claudemir não tem os movimentos. As cirurgias para desgrudar a carne ainda não estão marcadas.
Hoje, a vítima está sem trabalhar e recebe o seguro saúde, no valor de R$ 880. “Vou tentar aposentaria por invalidez, pois não consigo ficar em pé por muito tempo que minha perna começa a formigar, minha circulação ficou ruim depois que tive o corpo queimado”, explica Claudemir.
Mesmo assim, ele luta por vida normal. “Eu saio, vou a casa de amigos, a festas, tenho uma Shineray que quebra o galho, se eu não fizer isso, enlouqueço aqui dentro de casa”, conta Claudemir, que mora sozinho em uma residência no bairro Lageado.
Os cuidados com a saúde ainda exigem um pouco de atenção. Mas o que preocupa mesmo Claudemir é o estado psicológico. “Preciso tomar calmante para dormir, que são caros, sempre que eu deito meu corpo parece que vai ter um treco de tanto que coça, e isso também é efeito da má circulação”, explica.
Autora do crime - Um mês depois do ocorrido, Cleuza, acusada de ter ateado fogo em Claudemir, apresentou-se na delegacia de Polícia Civil para prestar depoimento, mas negou o crime. Mesmo assim, ela foi indiciada por tentativa de homicídio.
“Não tenho ressentimento, mas quero que a justiça seja feita e ela pague pelo o que fez”, declara Claudemir, afirmando ainda que não quer ver Cleuza, pois tem medo da própria reação. “Não sei do que sou capaz de fazer se estiver cara a cara com ela”, enfatiza.
Claudemir afirma que não tem a mínima ideia do que teria motivado Cleuza a atear fogo contra ele. "Nós tivemos um caso uns seis meses antes do que aconteceu, mas não terminamos brigados", conta a vítima, que também era amigo do marido da acusada.