Com Ceinfs e Cras em greve, mães buscam com quem deixar as crianças
Com parte Ceinfs (Centro de Educação Infantil) e Cras (Centro de Referência e Assistência Social) em greve desde ontem (15), mães buscam com quem deixar os filhos durante o período de trabalho.
Nesta quarta-feira, a equipe de reportagem do Campo Grande News voltou às creches dos bairros Aero Rancho e Marcos Roberto, que ontem estavam fechadas, e apenas a segunda foi reaberta. Enquanto há mães que entendem a atitude tomada pelos funcionários, outras reclamam por não ter onde deixar os filhos.
A vendedora Maiara Tomas de Lima, 23 anos, por exemplo, trabalha o dia inteiro e precisa dos serviços do Ceinf do bairro Marcos Roberto para ter com quem deixar o filho dela de 5 anos. “De manhã ele vai para a escola e à tarde fica na creche, mas ontem tive que deixá-lo na casa da minha mãe”, conta.
Mesmo ainda não sendo mãe, a estudante Jéssica Vitória Borges, 13 anos, disse que ontem teve que faltar aula para poder ficar com o sobrinho, de 1 ano e 8 meses, pois a mãe dele não tinha com quem deixar. “É complicado, porque eu não posso ficar com ele todo dia”, afirma a adolescente.
Sem a faixa estendida na entrada do prédio, o Ceinfo do bairro Marcos Roberto voltou a funcionar hoje. Segundo moradores da região, o movimento de crianças está normal desde o período da manhã.
No bairro Aero Rancho, o Ceinf continua fechado. A vendedora Carla Gonçalves, 27 anos, também trabalha o dia inteiro e, tanto ontem quanto hoje, precisou se virar para arrumar alguém que ficasse com o filho dela.
“Foi complicado, porque nem a minha mãe e nem a minha sogra podiam ficar ele. Tive que pedir para um primo ficar com ele de manhã e um tio meu ficou com ele à tarde”, conta.
Porém, mesmo sem os serviços do Ceinf, Carla entende a posição dos funcionários em relação à greve. “É um direito deles de reivindicarem por melhorias no trabalho”, pontua a vendedora.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, o único Ceinf que ainda está funcionando parcialmente é o do bairro Aero Rancho II, mas a partir de amanhã o funcionamento volta ao normal.
A paralisação motivou a criação de uma comissão especial na Câmara dos Vereadores, que se reuniu com trabalhadores nesta manhã. Neste momento, os sindicalistas estão reunidos na sede da entidade que reúne os trabalhadores.