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Capital

Com crise na água, Capital busca meios para alimentar 2 milhões

Crise hídrica em São Paulo força plano diretor de Campo Grande a olhar para o campo

Aline dos Santos | 06/03/2015 16:12
 No município,  98% da população mora na zona urbana. (Foto: Marcos Ermínio)
No município, 98% da população mora na zona urbana. (Foto: Marcos Ermínio)

Projetando a cidade para 25 anos, o plano diretor, cuja revisão começa agora e deve ser finalizada até outubro de 2016, vai se voltar para o campo. Com a crise hídrica em São Paulo, de onde Campo Grande importa grande parcela de frutas e verduras, é preciso pensar em como alimentar os dois milhões de habitantes previstos para as próximas duas décadas.

“Já temos esse déficit em São Paulo, nosso principal fornecedor. Temos que organizar a questão rural do nosso território para que a gente possa ter aí condições de trabalho e abastecimento de alimento para a cidade”, afirma o diretor-presidente do Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano), Marcos Cristaldo.

De acordo com ele, em torno de 98% dos nossos hortifrútis vem do Estado vizinho e o prognóstico é de desabastecimento a médio prazo. “Isso nos leva a uma situação de planejamento. Vamos verificar como tratar as questões rurais de produção e cinturão verde. Porque 10% da água é utilizada para consumo humano, 20% para industria e 70% para agricultura, diz.

Apesar do nome, Campo Grande é essencialmente urbana. No mundo, mais de 75% da população está na zona urbana. Na Capital, chega a 98% da população. O município tem oito mil quilômetros quadrados, sendo 350 quilômetros quadrados de perímetro urbano.

“Tem que ter condições de sustentabilidade econômica para que ele se fixe na zona rural, porque senão ele não consegue sobreviver na zona rual e vem para a área urbana. Ter que ter toda estratégia de desenvolvimento econômico e apoio para essa revisão”, salienta.

A revisão do plano diretor, que direciona o crescimento e o futuro da cidade, é feita a cada dez anos. Nesta etapa, o ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico) será um nova ferramenta. O estudo está em fase de contratação e deve ser concluído em até oito meses. “Vai verificar quais são os pontos frágeis, quais são as vulnerabilidades dentro do nosso território”, explica Cristaldo.

Segundo diretor do Planurb, estudo planeja Campo Grande para 2040. (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo diretor do Planurb, estudo planeja Campo Grande para 2040. (Foto: Marcos Ermínio)

Mas o planejamento para 2040 também precisa enfrentar velhos fantasmas, como os vazios urbanos. Áreas que ficam sem utilização para especulação imobiliária. A proposta é lançar mão do IPTU Progressivo. A Lei 4.688, aprovada em 2008, prevê imposto maior para terrenos que não sejam utilizados, com alíquota de até 15% do valor venal do imóvel, caso ele fique cinco anos sem qualquer utilização.

“É um instrumento que o município deve se apropriar para que você force a ocupação de áreas vazias no entorno da macrozona de adensamento prioritário, que é um anel no entorno da área central. Essas áreas já contam com infraestrutura urbana, pavimentação, drenagem, rede de esgoto, energia, transporte público”, afirma o diretor do Planurb.

O plano diretor trabalha com os seguintes eixos: meio ambiente, transporte e mobilidade urbana, ocupação do solo e desenvolvimento econômico.

Uma das propostas é implantar um cinturão verde (Foto: Marcos Ermínio)
Uma das propostas é implantar um cinturão verde (Foto: Marcos Ermínio)
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