ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Com falta de inseticida, fumacê continua sem previsão de ser retomado

Natalia Yahn | 25/02/2016 12:40
Desde o dia 18 de fevereiro os veículos fumacê não saem do pátio da CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais), na Capital. (Foto: Fernando Antunes)
Desde o dia 18 de fevereiro os veículos fumacê não saem do pátio da CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais), na Capital. (Foto: Fernando Antunes)

Campo Grande está há duas semanas sem fumacê e não há previsão de voltar a receber a aplicação do inseticida. O coordenador da CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais), ligada a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Alcides Ferreira, afirmou que a Capital não tem o produto usado nos aparelhos de fumacê, que acabou há mais de 15 dias.

Porém, oficialmente a Sesau informou que a última borrifação aconteceu no dia 17 de fevereiro, quando alguns litros do inseticida estavam disponíveis para aplicação em locais considerados de grande infestação e risco. “Ainda não chegou, não sei se o Estado, que faz a ponte com o Ministério da Saúde, recebeu. Mas a Prefeitura ainda não tem”, afirmou Ferreira.

Enquanto o município afirma não ter recebido o produto, a Coordenadoria Estadual de Controle de Vetores, ligada a SES (Secretaria de Estado de Saúde), disse que o inseticida chegou ontem (24) e já foi distribuído para Campo Grande e Dourados.

O coordenador do órgão, Mauro Lúcio Rosário, informou que o Ministério da Saúde enviou apenas mil litros de inseticida, que deve durar apenas três dias. “O produto que veio tem base de óleo de soja, o que usamos é a base de água. O envio é uma medida emergencial. Tem 20 dia que pedimos e só agora chegou esta quantia, que vai ser usada rapidamente, não vai dar para muita coisa. Nossa esperança é que dure pelo menos até o dia 9 de março e que não tenhamos grandes estragos por causa disso”.

A Coordenadoria informou que no dia 9 de março deve ser enviado o lote completo do produto, com aproximadamente 30 mil litros, que não é produzido no Brasil. O inseticida importado vem da Dinamarca e só é distribuído pelo Ministério da Saúde. “Não temos o que fazer, não podemos comprar ou adquirir por conta própria. Temos que esperar”, disse.

O lote emergencial foi enviado apenas para as duas maiores cidades do Estado, onde existe a circulação dos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. O mosquito é o vetor da dengue, zika vírus e febre chikungunya.

“Priorizamos as cidades que precisavam completar o ciclo da aplicação do inseticida e que tem a circulação do vírus, pois ele não serve para controlar infestação. As pessoas pedem fumacê, mas é tudo rigorosamente controlado. E também 90% das fêmeas ficam dentro de casa e o combate mecânico aos focos de proliferação devem ser a principal medida”, disse o coordenador do órgão, Mauro Lúcio Rosário.

Problema – Enquanto isso Campo Grande registrou aumento de 460% do número de casos suspeitos de dengue, passaram de 668 para 3.745 em menos de uma semana. Dados do boletim epidemiológico da Sesau, divulgado ontem (24), apontam que a epidemia de dengue continua sem controle na Capital.

O último levantamento havia sido divulgado na quinta-feira (18) e conforme a Sesau, a ideia é divulgar ao menos dois boletins epidemiológicos por semana, com isso, um novo levantamento deve ser liberado até amanhã (26). Somado aos números de janeiro, a Capital já totaliza 12.998 casos suspeitos. O total de confirmações somam 466 casos desde o primeiro mês do ano.

Os casos de dengue hemorrágica totalizam 4, com três mortes confirmadas em decorrência de dengue, duas em janeiro e outra no dia 17 de fevereiro. A primeira foi de uma criança de 8 anos, que morreu no dia 12 de janeiro na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida ao dar entrada com dengue clássica e depois sofrer uma parada cardíaca.

Na sequência houve a morte da adolescente Karolina Ribeiro Soares Rodrigues, 16, que morreu um dia depois no Hospital Regional Rosa Pedrossian. A morte de Leika Pereira Campos, 33 anos, na semana passada, foi o terceiro caso provocado pela dengue na Capital e só teve confirmação pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) hoje (25).

Zika e chikungunya - Os casos suspeitos de zika vírus também cresceram, passando de 169 para 752, um aumento de 279%. Desde janeiro os números já somam 1613. Já os casos de chikungunya passaram de 12 para 34 em menos de uma semana e totalizam 127.

Nos siga no Google Notícias